Nordea Asset Management quer contratar 60 pessoas em 18 meses em Portugal. “Somos nórdicos, mas queremos também ser portugueses”
A gestora de fundos de investimento nórdica aponta que Portugal é uma parte fundamental da sua estratégia de crescimento, e que funcionará como uma importante parte da rede de negócio nos mercados do sul da Europa.
Em conversa com a ‘Executive Digest’, Christophe Girondel, responsável pelo negócio em Portugal, explicou que a Nordea Asset Management (NAM) abriu os seus primeiros escritórios em Portugal já em 2020, mas que devido à pandemia, não tinha sido possível anunciar as novas instalações, que têm valências de marketing, vendas, distribuição e operações. Desde então, a NAM já contratou 40 trabalhadores, a maioria dos quais integrados durante a pandemia, e até ao início de maio estiveram a trabalhar em regime totalmente remoto. A partir deste mês, passam a trabalhar a partir do hub em Oeiras, na Quinta da Fonte.
A empresa pretende contratar mais 60 trabalhadores ao longo dos próximos 18 meses. O foco incide especialmente sobre profissionais da área das Tecnologias da Informação e da gestão de risco. “Em termos de tecnologia, somos bastante avançados”, referiu o responsável, destacando que a gestora de fundos tem apostado no desenvolvimento de capacidades de gestão e tratamento de dados.
Em plena Estufa Fria, no evento que apresentou oficialmente o reforço da aposta da NAM no mercado português, Christophe Girondel salientou que a escolha de Portugal para a abertura de novos escritórios se prendeu com o talento produzido no país e com a capacidade demonstrada dos portugueses para falarem línguas estrangeiras, especialmente o inglês.
Antes de firmar uma presença física em Portugal, a NAM já tinha tido contactos com o país, através de programas de estágio que levaram a que vários estudantes do Ensino Superior português tivessem passado pelo negócio da empresa nórdica.
Os novos escritórios fazem parte da estratégia da NAM para ter uma presença física em cada um dos mercados que serve, apostando no talento local e na proximidade aos clientes. Christophe Girondel referiu que a NAM tem um protocolo com a Universidade Nova de Lisboa para atrair novos profissionais, e que estão em discussão parcerias com o Instituto Superior Técnico e com a Universidade Católica. “Queremos realmente ser parte da comunidade local”, afirmou, acrescentado que “somos nórdicos, mas queremos também ser portugueses”.
Em Portugal, a NAM gere atualmente cerca de 500 milhões de euros de clientes portugueses, e tem como objetivo fazer crescer esse portfólio. A nível global, o montante gerido atinge os 270 mil milhões de euros.
Christophe Girondel afirmou que, no contexto da guerra na Ucrânia e da incerteza consequente, as empresas em todo o mundo, incluindo em Portugal, têm demonstrado alguma aversão ao risco. Mas o responsável está confiante que quando for possível discernir um futuro mais certo, as atividades de investimento recuperem o dinamismo.
O responsável frisa que a NAM coloca uma forte ênfase sobre os princípios ESG (Environment, Social e Governance), explicando que, com os aumentos dos preços da energia, por exemplo, cada vez mais empresas estão a procurar otimizar os consumos, reduzir a “pegada ecológica” e optar por produtos financeiros que reflitam as preocupações crescentes com a sustentabilidade ambiental. É nesse segmento que a NAM assume a linha da frente, assegurou Girondel.
Quanto ao mais planos para o mercado português, a NAM não planeia abrir novos escritórios em Portugal. “Por agora vamos ficar em Lisboa”, aponta, acrescentando que “não acredito que sejamos suficientemente grandes para termos escritórios por todo o país”.
Quando questionado sobre o que distingue a NAM de outros gestores de fundos de investimento, diz que a palavra-chave é “autenticidade”, destacando que a empresa procura estar o mais próximo possível dos clientes que serve. “Temos ambição”, garantiu Christophe Girondel, mas aponta que na NAM “somos bastante tranquilos”.