Nato: Mais 700 milhões de euros em armas e novos mísseis de longo-alcance para a Ucrânia. As medidas já anunciadas pelos Aliados

Arrancou esta terça-feira a cimeira da Nato em Vilnius, na Lituânia, com a Ucrânia, e a sua adesão à Aliança Atlântica como um dos pontos chave, mas ainda antes de estarem concluídas as reuniões entre líderes, já foram anunciados compromissos e medidas por vários países.

França vai entregar à Ucrânia mísseis de longo alcance ‘Scalp’
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje, no primeiro dia da cimeira da NATO, que a França vai entregar à Ucrânia mísseis de longo alcance ‘Scalp’, decisão já criticada pelo Kremlin, que ameaçou tomar “contra medidas”.

“Decidimos entregar novos mísseis que permitirão à Ucrânia um ataque com maior profundidade”, disse Macron à chegada à cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Vílnius, na Lituânia, sem adiantar quantos serão encaminhados para Kiev.

“O que é importante para nós hoje é enviar uma mensagem de apoio à Ucrânia, de unidade da NATO e de determinação de que a Rússia não pode e não deve ganhar esta guerra”, acrescentou.

O míssil de cruzeiro ‘Storm Shadow’, desenvolvido conjuntamente pelo Reino Unido e pela França e ​​​​​​​denominado ‘Scalp’ pelo exército francês, é lançado a partir o ar, tendo um alcance de mais de 250 quilómetros, mais do que qualquer outra arma fornecida a Kiev pelos países ocidentais.

Com o seu longo alcance, estes mísseis são capazes de atingir áreas no leste da Ucrânia controladas pelas forças russas.

Em maio, o Reino Unido foi o primeiro país a anunciar que estava a enviar mísseis de longo alcance para a Ucrânia. Poucos dias depois, a Rússia afirmou ter intercetado um ‘Storm Shadow’ no âmbito do conflito na Ucrânia.

“[Os mísseis ‘Scalp’] serão entregues mantendo a clareza e a coerência da nossa doutrina, ou seja, para permitir à Ucrânia defender o seu território”, explicou Macron, excluindo implicitamente qualquer utilização para atacar a Rússia.

Segundo a revista especializada Défense et Sécurité Internationale, a França tem “menos de 400” destes mísseis.

O Presidente francês também se “congratulou” com o acordo alcançado com a Turquia para finalizar a adesão da Suécia à NATO.

Em Moscovo, através do porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a presidência russa considerou que o envio dos mísseis franceses para Kiev “é um erro” que vai obrigar a Rússia a tomar “contra medidas” no conflito com a Ucrânia.

“Do nosso ponto de vista, trata-se de uma decisão errada com consequências graves para a Ucrânia, porque naturalmente nos obrigará a tomar contra medidas”, afirmou Peskov aos jornalistas.

A cimeira da NATO, que começou hoje na Lituânia, está centrada no apoio à Ucrânia contra a invasão russa e na adesão da Suécia à Aliança Atlântica, bem como no reforço dos meios militares dos aliados contra futuras ameaças.

O reforço das capacidades de dissuasão e defesa da Aliança é um dos principais temas da cimeira, que junta os 31 atuais membros para analisar uma revisão do modelo de organização militar e novos planos regionais – um plano cuja relevância foi fortalecida pela invasão russa da Ucrânia iniciada em fevereiro do ano passado.

A cimeira servirá para discutir ainda o reforço do investimento dos aliados, para dar resposta a este plano, bem como para suprir as necessidades da Ucrânia no seu esforço de guerra.

Alemanha pode fornecer à Ucrânia armas no valor de 700 milhões de euros
A Alemanha vai fornecer à Ucrânia armas no valor de cerca de 700 milhões de euros​​​​, disseram hoje fontes governamentais alemãs à Agência France Presse, no primeiro dia da cimeira da NATO em Vilnius.

De acordo com as mesmas fontes, que não foram identificadas, a Alemanha vai fornecer sistemas de defesa aérea Patriot, veículos blindados Marder, tanques Leopard 1 A5 e projéteis de artilharia.

Atualmente o segundo maior prestador de ajuda militar à Ucrânia, a seguir aos Estados Unidos, a Alemanha ​​​​​​​já tinha anunciado, no dia 13 de maio, o fornecimento de armas no valor de 2,7 mil milhões de euros.

​​​​​​​No ano passado, a Alemanha foi criticada por Kiev e por alguns dos parceiros europeus, nomeadamente no leste europeu, pelo “fraco” apoio militar à Ucrânia.

Nos últimos meses, Berlim intensificou os esforços neste domínio, fornecendo munições, tanques Leopard e sistemas de defesa antiaérea.

Sánchez anuncia envio de tropas espanholas para Eslováquia e Roménia
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou hoje que o país vai enviar soldados para a Eslováquia e reforçar o número de militares na Roménia.

“Espanha, como membro comprometido da NATO, vai anunciar hoje um empenhamento de forças e de soldados espanhóis na Eslováquia para reforçar a frente oriental, e também vamos reforçar com maior número de efetivos o nosso contingente na Roménia”, anunciou Sánchez, à entrada da cimeira da Aliança Atlântica, que junta hoje e quarta-feira chefes de Estado e de Governo em Vílnius, capital da Lituânia.

O primeiro-ministro espanhol vincou que a Espanha continua solidária com a Ucrânia e lembrou as preocupações com o flanco sul da Aliança – à semelhança do primeiro-ministro português, António Costa – nomeadamente com o continente africano, como a presença de milícias terroristas.

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