Não podem andar de avião ou comboio ou até ir de férias: China proíbe cidadãos com dívidas de aceder a determinados serviços. Lista negra já tem mais de 8 milhões de nomes

A China quer que os seus cidadãos paguem as suas dívidas, mesmo que para isso tenha de punir aqueles que não o fazem: de acordo com o ‘Wall Street Journal’, quem incumprir vai ficar impedido de aceder a alguns dos serviços do país, tais como comboios de alta velocidade e viagens aéreas. São também proibidos de trabalhar no Governo e verão negadas apólices de seguro mais caras, férias e até bons hotéis.

Os cidadãos incumpridores têm sido colocados numa lista negra do Governo: informalmente, são conhecidos como “laolai”, o que traduzido diz “devedores caloteiros” – de acordo com a publicação americana, o número de nomes na lista é de cerca de 8,3 milhões, um salto de quase 50% desde 2019.

Não são apenas restrições formais que enfrentam: há companhias telefónicas na China que atribuíram toques especiais aos devedores para avisar outras pessoas que estão a falar com alguém à beira da insolvência. No entanto, no país não é permitido que a maioria das pessoas anule as suas dívidas em caso de falência: em vez disso, o Governo local podem tomar medidas como confiscar o rendimento do devedor como restituição, deixando um pequeno subsídio para que possa cobrir as despesas de sobrevivência.

Houve mesmo um caso, relatou a publicação americana, de um homem que fez uma petição para que fosse aumentado o seu subsídio de rendimento mensal para ajudar a pagar um filho recém-nascido: em vez de aprovar o aumento para 12 mil yuans (cerca de 1.600 dólares), o tribunal reduziu mesmo o seu subsídio em quase 40%.