Na lista das 10 piores ações do mundo para serem compradas este mês, 9 são chinesas. Dona do WeChat lidera a tabela

A repressão regulatória chinesa transformou as ações da Tencent Holdings nas piores para serem compradas este mês.

A gigante chinesa da Internet caiu 23% em julho na quarta-feira, marcada para seu pior mês de todos os tempos, perdendo cerca de 166,6 mil milhões de euros de valor de mercado. Nove da tabela das dez piores empresas para se investir são de empresas chinesas, de acordo com uma análise da Bloomberg.

“Não vejo  um fim para tanta repressão, parece ser um novo normal. As avaliações de mercado terão de ser ajustadas a este facto”, afirmou Paul Pong, diretor executivo da Pegasus Fund Managers.

Depois da reunião de Pequim com vários investidores, as ações da Tencent voltaram a subir 7,1%, esta manhã.

 Entre os 68 analistas, entrevistados pela Bloomberg, a maior parte da nota de  “compra”.

A tecnológica sofreu registou a maior em dez anos, ao fechar a sessão a ceder 8,98%, para uma cotação de 446 dólares de Hong Kong.

Esta semana, a dona do WeChat anunciou a suspensão de novos registos na plataforma. A empresa anunciou que os registos estarão suspensos até que a atualização tecnológicas esteja completa, com o objetivo de “alinhar-se com as leis relevantes e as regulações”. A empresa detalhou que antecipa que a atualização esteja “concretizada no início de agosto”.

Ontem, a Comissão chinesa para os Valores Mobiliários (CSRC) reuniu-se  com os representantes de 12 empresas, entre os quais estavam presentes a BlackRock, Fidelity, Goldman Sachs e JPMorgan. O encontro contou ainda com a presença de outros grupos de investimento e tecnologia norte-americanos e chineses, confirmaram três fontes ao ‘Financial Times’ (FT).

O intuito desta reunião foi acalmar os líderes das empresas estrangeiras com investimentos na China, e as entidades nacionais cotadas na bolsa norte-americana, depois de Pequim ter apertado o cerco a um mercado avaliado em 86,6 mil milhões de euros.

Durante o encontro, que alegadamente terá sido por videoconferência, o vice-presidente da CSRC, Fang Xinghai, disse aos grupos internacionais que a China está comprometida em permitir que as empresas consigam aceder aos mercados de capitais e que “as ações de repressão contra gigantes da tecnologia”, como a Didi, foram apenas “atos isolados”-

“Pequim demostrou que não é surda. Que ouve os clamores dos empresários”, fez questão de frisar uma das fontes, em declarações ao FT.

Esta notícia impulsionou as ações chinesas. As ações listadas em Hong Kong dos grupos de internet Tencent e Alibaba subiram 8,4% e 6,7%, respetivamente, à medida que o maior índice Hang Seng Tech subiu 7%.

O índice chinês CSI 300 de Xangai e Shenzhen subiu 1,5%, enquanto o índice ChiNext, focado em tecnologia, registou um crescimento de 3,7%.

Na passada sexta-feira, o Índice ADR S&P/BNY Mellon China Select, que gere a cotação dos American Depositary Receipts (cuja sigla anglo-saxónica é ADR), isto é, documentos referentes a ações de empresas que não são norte-americanas (neste caso chinesas) negociadas no mercado financeiro dos EUA, caiu 5,9%, desencadeado um colapso nas ações de várias empresas. O fenómeno aconteceu pouco tempo depois de Pequim ter desencadeado uma ação financeira musculada contra este tipo de empresas.

Desde o início do ano, este índice já sofreu uma queda de 18,8%. As investigações da autoridade chinesa para a segurança informática contra gigantes digitais como a Alibaba Group e a Baidu levou a que os investidores vendessem grande parte das suas ações, a preços baixos. Um exemplo claro desta tendência foi a corporativa de transporte Didi, que depois de no final do mês passado ter lançado uma Oferta Pública Inicial (OPI), no mercado norte-americano, viu as suas ações darem um “trambolhão” de 42%.

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