Multinacionais ocidentais ainda empregam cerca de 200 mil trabalhadores na Rússia

Apesar de terem encerrado ou suspendido operações na Rússia, ou de terem expressado intenções nesse sentido, várias empresas multinacionais ocidentais continuam a empregar e a pagar salários a perto de 188 mil trabalhadores localizados na Rússia.

De acordo com o ‘Financial Times’, a continuação do conflito na Ucrânia e a impossibilidade de ver, para já, uma resolução, alimentam receios de despedimentos coletivos ou, até, de nacionalizações por parte do governo russo. Contudo, empresas como a McDonald’s ou a Renault garantiram que iriam continuar a pagar salários aos trabalhadores na Rússia, depois de terem suspendido operações nesse mercado no passado mês de março.

O jornal económico britânico aponta que o número de trabalhadores de multinacionais ainda em atividade na Rússia poderá ser maior, considerando que algumas empresas, como a Coca-Cola, não confirmaram se ainda continuam a pagar a funcionários no país.

Os trabalhadores de atividades de natureza fabril ou de logística e distribuição, designadamente nos setores da manufatura, retalho e consumo, deverão registar o maior número de baixas em termos de perdas de emprego. As empresas ainda não conseguem prever quando será possível retomar a normalidade das suas operações na Rússia e os trabalhadores das áreas da gestão e administração poderão ser realocados a outras funções noutras geografias, mantendo os seus postos de trabalho.

Numa publicação no seu blogue pessoal, o presidente da Câmara Municipal de Moscovo afirmou que “cerca de 200.000 de pessoas correm o risco de perder os seus empregos”. Sergei Sobyanin avançou que, na semana passada, foi aprovado um programa de apoio a trabalhadores de empresas estrangeiras que tenham suspendido temporariamente a sua atividade ou encerrado operações na Rússia, e que, por isso, estejam em risco de perder o emprego. O programa está avaliado em 3,36 mil milhões de rublos (cerca de 38 milhões de euros), e deverá alcançar mais de 58 mil funcionários.