Monkeypox. Virologista alerta para “riscos de transmissão” em piscinas e desportos de contacto durante o verão

Uma especialista em doenças infeciosas pediátricas disse que “era apenas uma questão de tempo” até que a varíola dos macacos (monkeypox) se reunisse em ambientes de massa e alertou para “riscos” de transmissão nesses locais.

Em declarações à revista ‘Fortune’, Alexandra Brugler Yonts, médica do Hospital Nacional Infantil de Washington, nos EUA, deu o exemplo de uma creche no estado de Illinois, onde a presença do vírus foi detetada num dos funcionários.

“Definitivamente, há potencial para que a varíola se espalhe em creches, escolas, campos de férias e outros ambientes em massa”, afirmou a responsável, que também participou na revisão da FDA para uma das duas vacinas contra a varíola.

Segundo a especialista, “qualquer local onde ocorra contacto físico próximo, pele a pele, principalmente de pessoas que estão em vários estágios de nudez , existe um risco”, explicou à ‘Fortune’.

Desta forma, Yonts alertou que há “riscos” de transmissão nas piscinas ou parques aquáticos, “não através da água, mas ao tocar em alguém com lesões ativas, especialmente no verão, dado o calor e a tendência de minimizar o vestuário”.

Desportos de contato, como futebol ou boxe, também podem ser “problemáticos”, acrescentou. “Esperamos que os surtos possam ser contidos mais localmente, mas à medida que as pessoas continuam a viajar e a participar em atividades desportivas pode haver uma maior propagação”, sublinhou.

Em Portugal, o número de casos confirmados de infeção pelo vírus monkeypox subiu para 710, dos quais 77 identificados na última semana, informou na quinta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Todas as regiões de Portugal continental e a Região Autónoma da Madeira reportaram casos de infeção humana por vírus Monkeypox, dos quais 509 (82,5%) na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

De 1 de janeiro a 2 de agosto de 2022, foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS) 23.357 casos confirmados e 112 casos prováveis de infeção humana pelo vírus em 83 países.

Neste período foram registadas oito óbitos, cinco deles fora do continente africano: duas em Espanha, uma no Brasil, Peru e Índia.

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