Mercado automóvel volta a cair em agosto. Portugal arrisca maior queda da UE

Em agosto de 2021 foram matriculados, pelos representantes legais de marca a operar em Portugal, 10.003 veículos automóveis, ou seja, menos 37,6% que no mesmo mês de 2019 e menos 31,8%, mesmo quando comparado com agosto de 2020, revelam os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

De janeiro a agosto de 2021, foram colocados em circulação 123.544 novos veículos, o que representou uma diminuição de 34,5% relativamente a 2019, apesar da comparação com 2020 mostrar ainda um aumento de 11,5%.

A ACAP salienta que “no mês de junho (últimos dados europeus disponíveis) o mercado automóvel teve, novamente, a segunda maior queda percentual nos vinte e sete países da União Europeia”.

Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP, explicou em entrevista à Executive Digest, que estes números são justificados pela falta de apoios atribuídos pelo Governo aos compradores de automóveis, como é o caso do programa de parque automóvel, em vigor em países como a Alemanha e Espanha e que permite que na entrega de um veículo antigo seja abatido o preço do carro novo.

O líder associativo chega mesmo a dizer que o setor “apresentou esta proposta ao Governo, mas que até agora nada foi feito”. A ACAP tem estado “em contacto com o Executivo, mas até ao momento não foi dada nenhuma resposta concreta”, acrescenta Hélder Pedro.

O secretário-geral da ACAP lembra ainda que “a crise dos semicondutores também contribuiu em grande parte, para o agravamento destes números”.

Questionado pela Executive Digest se Portugal pode ocupar o primeiro lugar da tabela dos países da UE com maior queda no merca automóvel, durante o último trimestre deste ano, Hélder Pedro é claro “há bastante probabilidade que tal aconteça”.

Ao que tudo indica este cenário “negro” vai manter-se em 2022, já que o setor duvida “que no próximo Orçamento do Estado o Governo tenha em atenção e esta situação” e já que “a crise dos semicondutores pode durar até 2023”.

 

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