Operação Pretoriano: Mensagens e áudios de Madureira podem levar a mais detenções e novos processos

No âmbito das investigações da Operação Pretoriano, as autoridades já têm acesso completo ao telemóvel de Fernando Madureira, um dos principais arguidos, e os conteúdos que estão a ser analisados pelos investigadores poderão levar a novas detenções e processos relacionados.

Segundo avança o Correio da Manhã, esta foi apenas a primeira operação a ter como alvo os membros da claque do FC Porto Super Dragões pelo que, mesmo os arguidos que não fiquem em prisão preventiva esta quarta-feira, poderão vir a ser detidos noutros casos que venham a ser abertos.

Madureira não facultou o código do telefone, mas ainda antes tinham sido encontradas mensagens comprometedoras do cabecilha dos Super Dragões, enviadas a Vítor Catão. Num áudio, enviado a 12 de novembro, mesmo antes da assembleia geral do FC Porto, Fernando Madureira afirmava: “Vamos partir os cornos a toda a gente”.

Foi no dia seguinte que se verificaram os episódios de violência na AG do FC Poto, que levaram à detenção dos 12 suspeitos na Operação Pretoriano.

Também os mais de 100 bilhetes apreendidos e a investigação à sua venda por parte da claque, abre suspeitas de envolvimento de responsáveis do clube, que poderiam ganhar dinheiro com um esquema que, segundo o MP, lesava os interesse do FC Porto.

Na promoção das medidas de coação, ontem, a procuradora responsável adiantava que os arguidos para quem não tinha sido pedida prisão preventiva ou domiciliária, a procuradora apontava que poderiam permanecer em liberdade, mas admitia que poderiam ver-se ainda envolvidos noutros processos judiciais.

As mensagens de voz, escritas, vídeos e imagens no telemóvel de Madureira serão agora passados a pente fino, o conteúdo transcrito para o processo e depois analisado. O inquérito deverá ser depois anexado ao caso da agressão a Villas-Boas, concorrente de Pinto da Costa nas eleições para a presidência do clube, bem como dos grafiti feitos nas paredes da casa da família do mesmo.

Fernando Madureira, Vítor Catão e Hugo ‘Polaco’ Carneiro vão conhecer esta tarde, a partir das 16 horas, as respetivas medidas de coação: o Ministério Público pediu prisão preventiva para o líder da claque Super Dragões, assim como para ‘Polaco’, igualmente membro da claque portista. Já sobre Vítor Catão, o MP defendeu a aplicação de prisão domiciliária, com vigilância eletrónica.

Recorde-se que Sandra Madureira, a mulher de Fernando Madureira, já foi libertada, assim como outros cinco arguidos da Operação Pretoriano. Já o líder dos Super Dragões, assim como Vítor Catão e Hugo Polaco, arriscam prisão preventiva – o tribunal vai determinar as medidas de coação esta quarta-feira, a partir das 16 horas.

Para Fernando Saul e Tiago Aguiar, funcionários do FC Porto, foi pedida a proibição de contactos com ofendidos e arguidos. Para Vítor Oliveira, conhecido como ‘Aleixo’, e para Vítor Bruno Oliveira, filho de ‘Aleixo’, foi pedida a proibição de entrada em estádios, afastamentos dos Super Dragões e apresentações periódicas às autoridades. Para José Pereira foi pedida a proibição de contactos com ofendidos e arguidos e apresentações periódicas às autoridades.

Recorde-se que o Ministério Público pediu, esta terça-feira, a prisão preventiva de Fernando Madureira: o líder da claque dos Super Dragões, mais conhecido como ‘Macaco’, foi ouvido esta segunda-feira durante cerca de quatro horas e meia, acabando a inquirição cerca das 22:30, acrescentou a fonte, depois de Fernando Saul, oficial de ligação aos adeptos do FC Porto, ter sido novamente interrogado durante a manhã.

Na quarta-feira passada, a PSP deteve 12 pessoas – incluindo dois funcionários dos ‘dragões’ e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira -, no âmbito da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube.

De acordo com documentos judiciais, o Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu “criar um clima de intimidação e medo” na AG do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada a revisão estatutária, “do interesse da atual direção” ‘azul e branca’.

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto divulgou que estão em causa “crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação”.

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