Marco ‘Orelhas’ condenado a 18 anos de prisão pelo homicídio de Igor Silva: filho com pena de 20 anos

Marco Gonçalves (‘Orelhas’) é condenado a 18 anos de prisão – já o filho, Renato Gonçalves, vai cumprir uma pena de 20 anos de prisão: o coletivo de juízes do Tribunal Criminal de São João Novo, no Porto, dá como provado que os arguidos agiram “em conjugação de esforços” para perseguir e desferir sucessivos golpes em Igor Silva, o adepto morto nos festejos do título do FC Porto em maio de 2022. Já Paulo Cardoso (cunhado e tio destes, respetivamente) foi condenado a 18 anos.

O Ministério Público tinha pedido nas alegações pena máxima para os três principais suspeitos da morte de um adepto do FC Porto em 2022, salientando a natureza “vil e mesquinha” do ataque e a falta de “pingo de remorsos” dos arguidos.

Nas alegações finais, a procuradora do MP fez um relato daquilo a que chamou “uma morte anunciada”, realçando o “ataque em matilha” de que Igor Silva foi alvo.

Revistos os factos que o MP deu como provados, a procuradora pediu pena máxima para os arguidos Marco Gonçalves, conhecido como ‘Orelhas’, Renato Gonçalves e Paulo Cardoso (pai, filho e tio), e uma pena “muito próxima” para Diogo Meireles.

Quanto aos arguidos Miguel Pereira, Sérgio Machado e Rui Costa, o MP pediu “penas exemplares” e para as restantes arguidas, entre as quais duas familiares de Marco e Renato Gonçalves, julgadas por ofensas à integridade física de uma jovem, a procuradora pediu penas de prisão efetiva, sem as quantificar.

Os arguidos Renato Gonçalves, Marco Gonçalves e Paulo Cardoso, Diogo Meireles, Miguel Pereira, Rui Costa e Sérgio Machado começaram a ser julgados em fevereiro, acusados de matar um adepto junto ao Estádio do Dragão, durante os festejos do título de campeão nacional, a 08 de maio de 2022. Um outro, inicialmente indiciado pelo mesmo crime e despronunciado na fase de instrução, responde por um crime de ameaça.

Com 28 testemunhas arroladas, o julgamento teve ainda mais quatro arguidos, três dos quais acusados de ofensas à integridade física de uma jovem e um de detenção de arma proibida.

Este julgamento tem sete arguidos acusados de homicídio qualificado, três de ofensas à integridade física de uma jovem e um de detenção de arma proibida.

Segundo a acusação, consultada pela Lusa, desde o início de 2022 que cinco dos 11 arguidos, três dos quais acusados de homicídio qualificado, mantinham um clima de conflito com a vítima motivado por agressões entre eles e familiares.

A 08 de maio de 2022, cerca das 02:00, durante os festejos do título de campeão nacional de futebol conquistado pelo FC Porto, alguns dos arguidos envolveram-se numa acesa troca de palavras com a vítima mortal, junto ao Estádio do Dragão, sustenta.

Acrescenta ainda a acusação que, motivados por um desejo de vingança, alguns dos suspeitos perseguiram, manietaram e agrediram Igor Silva com o propósito de lhe tirar a vida, agredindo-o a socos, murros e pontapés e usando uma faca com uma lâmina de cerca de 15 a 20 centímetros.

Nessa sequência, a vítima mortal foi esfaqueada várias vezes em diferentes partes do corpo e, apesar de ainda ter sido transportada para o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, acabou por morrer, refere.

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