Marcelo admite que há racismo em Portugal mas assegura que a cultura está a mudar

O Presidente da República reconhece que há racismo estrutural em Portugal, mas está otimista sobre a mudança de paradigma, embora admita que “mudar a cultura cívica demora imenso tempo e imensas gerações”.

Em entrevista à ‘CNN Portugal’, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que “há, obviamente, na sociedade portuguesa imensos traços que têm que ver com o império”, mas assegura que a sociedade portuguesa está a mudar e que “nas crianças e na juventude é patente uma alergia total às discriminações, à xenofobia e ao racismo”.

Comentando sobre as polémicas declarações de André Ventura, líder do partido Chega, na Assembleia da República, em que acusa os imigrantes de serem um peso sobre a Segurança Social do país e que estão totalmente dependentes de subsídios, Marcelo Rebelo de Sousa salienta que “não compreendo o discurso sobre imigração porque dois terços do eleitorado desse partido [Chega] é de imigrantes brasileiros e, porventura, africanos”.

O Chefe de Estado explica que num país como Portugal, com um passado colonizador, o racismo “vem à superfície em imensas circunstâncias”, adiantando que, apesar de se mudarem as leis, “os fenómenos da cultura cívica são mais lentos, são muito lentos”.

“Não se muda assim de repente”, diz Marcelo Rebelo de Sousa, mas mostra depositar esperança das novas gerações, mais globalizadas e com maior acesso ao mundo através da internet e das redes sociais online.

O Presidente da República sublinha que “eu nem prefiro uma visão otimista e ridente de que não há racismo em Portugal”, mas também recusa uma “visão em que tudo é racismo”.

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