Malásia quer cortar nas taxas de exportação de óleo de palma. País acelera na corrida pela liderança do mercado
O governo de Kuala Lumpur anunciou que quer reduzir para metade os atuais impostos sobre as exportações de óleo de palma, para responder à escassez de oferta gerada pela saída d Indonésia e para poder ganhar terreno no mercado.
Depois de a Indonésia, o maior exportador de óleo de palma a nível mundial, ter decidido que, por tempo indeterminado, deixaria de abastecer os mercados mundiais deste produto alimentar, a Malásia manifestou-se disponível para assumir a dianteira nesse segmento.
Citado pela ‘Reuters’, o ministro malaio das indústrias de plantação e commodities revelou esta terça-feira, dia 10 de maio, que o governo já apresentou ao ministro das finanças a proposta para o corte de até 50% das taxas de exportações de óleo de palma. A proposta estará agora em avaliação por uma comissão especialmente criada para o efeito.
Zuraida Kamaruddin avançou que vários países importadores desse óleo vegetal abordaram a Malásia para que reduzisse as taxas de exportação
O mesmo órgão de comunicação social avança que uma decisão deverá ser conhecida até ao próximo mês de junho.
A União Europeia é o terceiro maior importador de óleo de palma do mundo, atrás da Índia e da China. Com a saída, ainda que temporária, da Indonésia do mercado internacional de óleo de palma, a Malásia está a acelerar para alcançar o lugar de maior exportador desse produto para o bloco europeu, bem como para outros mercados.
A Indonésia representa cerca de metade das exportações mundiais de óleo de palma, com a Malásia a seguir em segundo lugar, com uma quota de mercado perto dos 30%.
Especialistas já ouvidos pela ‘Executive Digest’ explicam que a saída da Indonésia reduzirá a oferta, aumentará os preços do óleo de palma e será ainda mais um fator que fará crescer subir ainda mais os preços dos bens alimentares e, consequentemente, a inflação. Resta saber se a Malásia terá capacidade para ocupar o lugar deixado vago pela Indonésia.