Mais de 140 mortos e 11 detidos: o que se sabe até agora sobre o ataque em Moscovo

O último balanço ao ataque a uma sala de espetáculos nos arredores de Moscovo, na sexta-feira, indica que pelo menos 143 pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas, dezenas em estado grave.

Segundo o Comité de Investigação (CI) russo “o número de mortos pode continuar a aumentar”, à medida que prosseguem as operações de busca e resgate.

Entre as vítimas mortais há pelo menos três crianças, segundo os dados oficiais.

As causas da morte são, de acordo com os investigadores russos, ferimentos de bala e intoxicação pelo fumo do incêndio provocado pelos terroristas.

O ataque a uma sala de espetáculos nos arredores de Moscovo foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).

Entretanto, o Serviço Federal de Segurança anunciou a detenção de 11 pessoas que estarão relacionadas com este atentado – sete dos quais funcionários do centro comercial – e quatro que estiveram pessoalmente envolvidas.

Um dos detidos terá dito que cometeu o crime “por dinheiro, cerca de 500 mil rublos (5 mil euros)” e que “foi contactado no Telegram e lhe forneceram armas”, escreve o “Guardian”, citando a agência noticiosa estatal russa.

A polícia intercetou um veículo em fuga perto da localidade de Jatsun, região de Briansk, a cerca de 340 quilómetros a sudoeste de Moscovo e no interior encontrou uma pistola, um carregador para uma arma de assalto e passaportes para o Tajiquistão, noticiou a agência russa TASS.

O veículo intercetado é um Renault branco, coincidente com a descrição inicial fornecida pelas autoridades sobre o carro em que os responsáveis pelo ataque à sala de espetáculos Crocus City Hall se puseram em fuga.

Imediatamente após o anúncio, o Ministério dos Negócios Estrangeiros tajique indicou que não tinha recebido “confirmação das autoridades russas” sobre a nacionalidade dos agressores e pediu à opinião pública que espere pela verificação oficial da identidade, segundo um comunicado divulgado na rede social Telegram.

“Há que ter em conta que a difusão de informação não confirmada e pouco fiável pode prejudicar os cidadãos do Tajiquistão que se encontram atualmente fora do país”, sublinhou o Governo tajique.

O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo “atacaram uma grande concentração (…) nos arredores da capital russa”.

A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois “regressado em segurança à base”.

O atentado, que os meios de comunicação social russos começaram a noticiar por volta das 20:15 de Moscovo (17:15 em Lisboa), foi levado a cabo por vários indivíduos armados na Crocus City Hall, uma sala de espetáculos situada em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, informou a AFP.

Os terroristas terão incendiado a sala de espetáculos com um “líquido inflamável”, avança a mesma agência.

Jornalistas da agência de notícias viram o edifício mergulhado em chamas, nuvens de fumo negro a sair do telhado e uma enorme presença policial e dos serviços de emergência.

De acordo com a televisão russa, o telhado do edifício colapsou parcialmente. Não foi dada qualquer informação sobre o número de pessoas presas no interior da estrutura.

O Presidente da Rússia; Vladmir Putin, desejou a rápida recuperação das vítimas do ataque: “O Presidente desejou a todos uma rápida recuperação e agradeceu aos médicos”, disse hoje a vice-primeira-ministra russa, Tatyana Golikova, citada pelos ‘media’ do país.

Enquanto isso, em Moscovo, centenas de pessoas faziam fila esta manhã para doar sangue e plasma, disse o Ministério da Saúde da Rússia.

Foi entretanto improvisado um memorial em frente do centro comercial Crocus City Hall. No local, os moradores da região colocaram flores, balões e peluches em homenagem às vítimas, cujo número está em constante atualização.

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