Lucros do ABANCA crescem 29,6%, alcançando os 105 milhões de euros no 1º trimestre de 2023

O ABANCA obteve, no primeiro trimestre de 2023, um lucro de 105,2 milhões de euros, valor que representa um aumento de 29,6% face ao mesmo período do ano passado. Para este resultado contribuiu a melhoria das receitas e a elevada solidez do crédito. Também teve um efeito significativo a contenção de custos, que cresceram abaixo da inflação e contribuíram para melhorar em 5,8 pontos a eficiência, para o nível dos 57%.

O banco destaca novamente a sua capacidade de geração de resultados recorrentes e de qualidade baseados no negócio de retalho. A margem de exploração recorrente do trimestre equivale a mais do dobro do obtido no mesmo período de 2022 e o número de novos clientes, mais de 29 mil, registou um crescimento de 32%. 60% destes novos clientes estão fora da Galiza, o que reforça a dimensão ibérica do banco.

O ABANCA continua a apresentar um dos perfis financeiros mais sólidos do setor bancário espanhol, graças à máxima qualidade dos seus ativos (morosidade de 2,2% e taxa de créditos sobre o balanço de 0,3%), aos seus elevados níveis de cobertura (81,6% para ativos de cobrança duvidosa e rácio Texas de 24,8%), aos seus robustos níveis de capitalização (capital total de 16,2% e excesso de 1.359 milhões de euros sobre requisitos) e à sua confortável posição de liquidez (rácio LTD de retalho de 90,3% e 15.321 milhões de euros em ativos líquidos).

No que toca a ESG, compromisso que o banco desenvolve através do seu Plano de Banca Responsável e Sustentável 2021-2024, o banco alcançou novos marcos na redução de consumos e emissões, colocou em marcha novas iniciativas de voluntariado ambiental e o seu programa de educação financeira e aplicou diferentes medidas de reforço do seu modelo de governance.

Resultados recorrentes e de qualidade

O crescimento do lucro obtido pelo ABANCA, no primeiro trimestre do exercício, de 29,6%, para os 105,2 milhões de euros, reflete o bom desempenho do negócio e o controlo do custo do crédito e gastos de exploração.

A margem financeira situa-se nos 252,3 milhões de euros, o que representa um crescimento de 47,4%. As receitas por prestação de serviços também demonstram um bom desempenho e sobem 9,8%, apoiando assim o crescimento da margem básica (36,5%) para os 328,7 milhões.

Esta melhoria foi impulsionada pelos seguros e meios de pagamento. Os serviços bancários melhoraram o seu contributo em 17,5%.

A margem bruta melhorou 13,8%, apesar do aumento dos encargos regulatórios e impostos. Os gastos de exploração cresceram abaixo da inflação. Esta contenção foi conseguida graças aos projetos de racionalização levados a cabo nos últimos exercícios e à obtenção das sinergias pendentes dos negócios recentemente integrados.

Com isso, a margem de exploração recorrente (margem básica menos gastos de exploração) duplicou face ao mesmo período do exercício de 2022 e o rácio de eficiência melhorou 5,8 pontos percentuais para os 57,0%.

Por seu lado, a margem antes de provisões cresceu 31,5%. O banco mantém uma política de gestão de risco de crédito prudente que lhe permite manter elevados níveis de cobertura (81,6% para os ativos de cobrança duvidosa, que desceram 2,6% face ao primeiro trimestre de 2022). Com tudo isso, o custo do risco situou-se nos 0,31%.

Baseado no bom desempenho das linhas de retalho e do controlo do custo do risco, devido à boa qualidade do seu ativo, o ABANCA alcançou uma rentabilidade ROTE de 10,4%.

Crescimento saudável e rentável

Nos primeiros três meses do ano, o banco captou mais de 29 mil novos clientes, 60% dos quais fora da Galiza. Com o mesmo dinamismo, o ABANCA aumentou os novos créditos a particulares e empresas em 1,8% face ao período homólogo.

Os empréstimos e adiantamentos a clientes ascenderam a 44.333 milhões de euros. O crédito a clientes em condições normais ascendeu a 44.152 milhões de euros (47.576 milhões de euros com o Targobank, mais 4,1% face ao período homólogo). Por tipo de cliente, a carteira continua a estar centrada em clientes particulares e nas empresas, que representam mais de 80% do total.

O ABANCA gere 62.090 milhões de euros de recursos de clientes, tendo um perfil claramente retalhista (64.503 milhões de euros com o Targobank, mais 4,2% do que no período homólogo).

Os depósitos de clientes ascenderam a 49.076 milhões de euros (51.277 milhões de euros no Targobank, mais 3,7% do que no período homólogo). O perfil da carteira de depósitos é claramente de retalho, como demonstra o facto de 73% dos saldos elegíveis estarem garantidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, por se situarem abaixo do limiar de 100.000 euros.

Apesar da volatilidade dos mercados, a atividade de seguros e de aconselhamento financeiro continuou a crescer. Os recursos fora do balanço ascenderam a 13.014 milhões de euros (13.227 milhões de euros com o Targobank, mais 6,0% do que no período homólogo). O serviço de gestão discricionária de carteiras registou um volume gerido de mais de 1.200 milhões de euros e cerca de 13.000 clientes.

Os prémios de seguros gerais e de vida cresceram 10,5% e ficaram largamente acima dos 400 milhões de euros. Os principais ramos registaram um crescimento de dois dígitos: 13% em empresas, 13% em pagamentos protegidos, 12% em automóvel e 12% em risco vida.

Tendo em conta a contribuição da atividade do Targobank, o ABANCA gere um volume de negócios superior a 112.000 milhões de euros (106.423 milhões de euros excluindo esta operação).

Entre os melhores em termos de qualidade de ativos

O ABANCA continua a posicionar-se, de forma estável, como uma das melhores instituições do sistema financeiro espanhol em termos de qualidade e cobertura de ativos.

A cobertura de malparado situou-se em 81,6% e a de adjudicados em 63,8%, enquanto o rácio Texas se situou em 24,8%.

O montante de saldos de cobrança duvidosa diminuiu 2,6% em termos homólogos, o que permite ao ABANCA ter uma taxa de crédito malparado (2,2%) muito abaixo da média do sistema.

As operações com garantia do estado, formalizadas num montante total de 3.428 milhões de euros para apoiar o tecido empresarial, mantiveram uma trajetória semelhante à do restante crédito do ABANCA e registaram um nível de incumprimento semelhante: apenas 3,1% do crédito em incumprimento.

Situação confortável em termos de solvabilidade e de liquidez

O rácio de capital total do ABANCA foi de 16,2% (12,3% do capital de qualidade máxima CET1). Graças a uma estrutura de capital diversificada, a entidade dispõe de amplos amortecedores face aos requisitos estabelecidos: 371 p.b. (1.209 milhões de euros) de capital total e 417 p.b. (1.359 milhões de euros) de CET1.

Com um rácio de 19,3%, o que representa um aumento de 122 pontos base em termos homólogos, o banco cumpre confortavelmente os requisitos de MREL fixados para 2022.

O ABANCA tem uma sólida posição de liquidez baseada nos depósitos do retalho. Os depósitos do retalho representam 78% da estrutura total de financiamento da entidade. O rácio de crédito sobre depósitos do retalho (LTD) é de 90,3%.

No que toca ao financiamento, o ABANCA dispõe de uma posição de 15.321 milhões de euros em ativos líquidos, o equivalente a 3,9 vezes o prazo total previsto para as suas emissões. Dispõe igualmente de uma capacidade de emissão de obrigações hipotecárias de 5.972 milhões de euros.

O rácio de financiamento estável líquido (NSFR) e o rácio de cobertura de liquidez (LCR) são de 123% e 204%, respetivamente.

Esta reserva permitiu à entidade amortizar antecipadamente 3.000 milhões de euros do mecanismo europeu de liquidez TLTRO (Targeted Long-Term Refinancing Operations) no trimestre, ficando assim o saldo atual em 5.049 milhões de euros.

Banca responsável e sustentável

O ABANCA começou 2023 alcançando novos marcos no desenvolvimento do seu Plano de Ação de Banca Responsável e Sustentável 2021-2024, um quadro que estrutura e sistematiza o compromisso da entidade com o que está ao seu redor.

Em termos de meio ambiente, o banco continua a reduzir o consumo de recursos e de emissões. Em 2022, o consumo de papel diminuiu em 82,9 toneladas. O consumo de eletricidade foi reduzido em 0,7%, com a componente renovável como uma alavanca fundamental na estratégia energética do banco. O uso de renováveis na sua atividade permitiu evitar 5.953,3 toneladas de emissões de CO2 e a geração de energia em centrais fotovoltaicas próprias cresceu 84,6%, até aos 725,59 GJ [gigajoule].

O compromisso do ABANCA com a transformação do sistema produtivo para um modelo mais sustentável traduz-se num grande esforço para o financiamento de projetos de energias renováveis, com um saldo de 830,9 milhões de euros no final de 2022, um crescimento de 12,8% no ano.

Também no plano ambiental, e no âmbito do seu programa de voluntariado corporativo, o banco realizou, entre janeiro e março deste ano, numerosas ações de recuperação de espaços naturais em diferentes localidades da Galiza e do País Basco.

No âmbito social, a atividade do banco no primeiro trimestre centrou-se em grande medida no seu Programa de Educação Financeira. O banco realizou novas ações de formação sobre a área do digital para idosos, proteção contra a cibercriminalidade para estudantes e sensibilização para a importância de uma boa gestão das finanças pessoais para crianças em idade escolar. Ainda no âmbito da educação, foram entregues em março os VI Prémios ABANCA Educa.

No âmbito cultural, a exposição “O Desenho na Coleção ABANCA”, presente no Centro de Trabalho Social ABANCA, em Santiago de Compostela, oferece uma abordagem global desta forma de arte, através de uma seleção de 107 desenhos dos mais de 400 que fazem parte da coleção de arte do banco. Por outro lado, o programa “Cultura para a alimentação” da Afundación atingiu 10 toneladas de donativos.

O banco deu também novos passos no domínio do governance, que lhe permitiram reforçar a sua abordagem ao tema das finanças sustentáveis, um tema para o qual 50% do pessoal já recebeu formação específica. Na sua estrutura organizativa, o banco criou um comité específico ao mais alto nível da direção para aprofundar as suas linhas estratégicas ESG. Outro marco importante no trimestre foi a adesão do ABANCA à “Carta da Diversidade”, que reforça o seu compromisso com a igualdade e a inclusão.

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