Lituânia anuncia que está pronta a enviar soldados para a Ucrânia

A primeira ministra da Lituânia, Ingrida Simonyte, anunciou que o país está preparado para enviar as suas tropas para a Ucrânia, numa missão de treino, apesar das ameaças nucleares da Rússia. Simonyte reconheceu que tal missão seria considerada uma provocação, mas manteve a decisão.

“Se apenas pensássemos na resposta russa, então não poderíamos enviar nada. A cada duas semanas, ouvimos que alguém será bombardeado com armas nucleares”, argumentou, em entrevista ao Financial Times, na qual adiantou que tem aprovação parlamentar para enviar tropas ao território ucraniano com propósitos de treino, uma proposta que o seu governo já havia considerado anteriormente. No entanto, Kiev ainda não havia solicitado tal auxílio.

O anúncio da Lituânia ocorre semanas após a polêmica sugestão de Emmanuel Macron de enviar tropas da NATO para a Ucrânia. “Hoje não há consenso para oficialmente enviar forças terrestres (para a Ucrânia), mas nada deve ser excluído. Faremos o necessário para que a Rússia não vença esta guerra”, declarou Macron em fevereiro.

Entretanto, a maioria dos países da aliança tem sido cautelosa em relação a esta ideia, temendo uma confrontação direta com a Rússia. Esta semana, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou à sua Forças Armadas a realização de manobras com armas nucleares táticas devido às “ameaças” do Ocidente, conforme anunciado pelo Ministério da Defesa.

O Distrito Militar Sul, que faz fronteira com a Ucrânia, será responsável por essas manobras com mísseis, que envolverão tanto a aviação quanto a Marinha, com o objetivo de “melhorar o nível de preparação das forças nucleares não estratégicas para realizar missões de combate.”

Enquanto líderes ocidentais como Macron sugeriram o envio de tropas para a Ucrânia, houve uma resposta firme de Putin, que destacou a disposição das forças nucleares russas para o combate. Nem mesmo entre os aliados de Macron houve um consenso sobre o envio de tropas ocidentais. O chanceler alemão Olaf Scholz afirmou que todos devem “fazer mais pela Ucrânia,” mas enfatizou que “não haverá tropas terrestres dos países europeus nem da NATO.”

Ao mesmo tempo, os países bálticos enfrentam uma crescente tensão, com relatos de um possível aumento das tropas russas na fronteira com a região. Um relatório dos serviços secretos da Estônia sugere que o Kremlin tem planos para duplicar as suas tropas nas fronteiras bálticas e finlandesas para um possível confronto militar com o Ocidente na próxima década.

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