Levantada restrição da conta de Facebook do Chega ao fim de 3 dias. Meta tinha aplicado ‘castigo’ de 10 anos

A Meta, empresa-mãe do Facebook, parece ter revertido a decisão de restringir a conta do partido Chega durante 10 anos, poucos dias depois de as proibições terem sido aplicadas. A restrição foi inicialmente imposta por violação dos padrões de comunidade da rede social.

Na manhã desta quarta-feira, novos conteúdos começaram a ser publicados na página oficial do partido, que estava anteriormente impedida de fazer qualquer publicação. André Ventura, presidente do Chega, confirmou à CNN Portugal que a restrição foi levantada. “Voltou atrás na decisão simplesmente. Mas vamos manter a ação, porque isto teve consequências e porque a minha página de Presidente do partido continua limitada sem qualquer fundamento”, afirmou Ventura.

Ventura também revelou que a restrição foi levantada “há cerca de uma hora”, sem fornecer detalhes adicionais sobre os motivos ou ações subsequentes.

A decisão original da Meta de restringir a conta do Chega por 10 anos foi recebida com indignação pelo partido. André Ventura descreveu a medida como um “ultraje” e uma “perseguição inqualificável”. O partido prometeu tomar todas as medidas legais disponíveis para combater o que consideram ser um ato sem precedentes.

A mensagem da Meta para o Chega era clara: “A tua conta está restringida durante 3649 dias. A atividade da tua conta desrespeitou os nossos Padrões de Comunidade. Portanto, não podes executar uma ou várias ações habituais”.

A restrição impedia o Chega de publicar imagens, vídeos, diretos e outras ações durante o período de 10 anos. O partido, que é a terceira força política da Assembleia da República, adiantou logo ao Correio da Manhã planos para avançar com “a maior ação de sempre em Portugal contra a Meta” e “chamar os responsáveis ao Parlamento”.

Embora a Meta não tenha explicado oficialmente os motivos por trás da decisão, fontes indicam que a restrição poderia estar relacionada com a publicação de um vídeo pelo Chega. O vídeo em questão retratava o caso de uma mulher e sete familiares que agrediram e raparam o cabelo da mãe para raptar duas filhas menores, que estavam sob a guarda da avó por decisão judicial. O crime ocorreu em fevereiro e os agressores foram detidos pela Polícia Judiciária.

O vídeo do Chega, que foi base para a decisão da Meta, combinava imagens do incidente com um discurso de André Ventura no Parlamento, onde ele abordou questões relacionadas com a comunidade cigana em Portugal.

O partido argumentou que o vídeo das agressões já tinha sido divulgado pelos meios de comunicação social e, portanto, a punição do Facebook era “completamente absurda”. O Chega afirmou estar disposto a “ir até às últimas consequências para reverter a situação”.

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