Lagarde garante que setor bancário da Zona Euro é forte, apesar da turbulência do mercado

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse aos líderes da União Europeia que o setor bancário da Zona Euro é forte, apesar da contínua turbulência do mercado.

Durante o encontro de líderes da UE em Bruxelas, onde foram discutidas questões económicas e monetárias, Lagarde disse que o setor bancário europeu resitiu devido a um forte regime regulatório, sublinhando que está na gora de concluir os planos para uma união bancária, revelaram fontes próximas à ‘Bloomberg’.

A mesma fonte confirma que a Presidente do BCE disse que não há troca entre estabilidade de preços e estabilidade financeira, dizendo que o banco central continua determinado a trazer a inflação de volta para os 2%.

O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, também disse esta sexta-feira que os formuladores de políticas estão prontos caso a turbulência aumente ainda mais, ao mesmo tempo que elogiou o progresso regulatório desde a crise financeira de 2008.

Num momento marcado por uma grande turbulência financeira, com o colapso do Silicon Valley Bank nos EUA e a compra do Credit Suisse pelo seu concorrente UBS, as ações dos bancos europeus caíram na sexta-feira, com o Deutsche Bank a registar uma queda de até 15%.

O BCE anunciou na semana passada que decidiu aumentar as três principais taxas de juro do BCE em 50 pontos-base, em linha com a sua determinação em assegurar o regresso atempado da inflação ao objetivo de médio prazo de 2%. Desta forma, o regulador não se viu afetado pela instabilidade financeira, tendo a taxa de depósito subido para os 3%.

“O elevado nível de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente de dados para as decisões de taxa de juros do Conselho do BCE, que serão determinadas pela sua avaliação das perspetivas de inflação à luz dos dados económicos e financeiros recebidos, a dinâmica da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária”, escreve o regulador em comunicado.

Assim, as taxas de juro das operações principais de refinanciamento e das facilidades permanentes de cedência de liquidez e de depósito serão aumentadas para 3,50%, 3,75% e 3,00%, respetivamente, com efeitos a partir de 22 de março de 2023.

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