Kremlin lança nova campanha para recrutar soldados russos e está a dar prémios em dinheiro aos voluntários
A Rússia tem uma nova campanha de recrutamento a decorrer. Desta vez, está à procura de voluntários para lutar na Ucrânia em troca de um bónus monetário.
Moscovo, que pretende reabastecer as tropas do país para continuar a guerra na Ucrânia, oferece não só dinheiro mas outros benefícios a quem se disponibilizar a ir para o campo de batalha, segundo a Sky News.
Não só têm sido feitas chamadas telefónicas por parte de recrutadores a homens elegíveis como está a ser feito trabalho com universidades e agências de serviço social, pelos gabinetes de alistamento, para atrair estudantes e desempregados.
À medida que os combates se intensificam na Ucrânia, em cidades como Bakhmut, ambos os lados se preparam para contraofensivas que podem custar ainda mais vidas. Como tal, o Kremlin precisa de novos recrutas.
Em setembro, ocorreu uma mobilização de 300 mil reservistas, descrita como “parcial”, que causou o pânico em todo o país, uma vez que a maioria dos homens com menos de 65 anos fazem formalmente parte da reserva. Para escapar, dezenas de milhares de homens fugiram da Rússia em vez de se apresentarem nos postos de recrutamento.
O Kremlin negou que outra convocação esteja a ser realizada para o que chama de “operação militar especial” na Ucrânia, que decorre já há mais de um ano.
Entretanto, um homem em Moscovo disse à Associated Press que o seu empregador, uma organização financiada pelo Estado, recolheu os cartões de registo militar de todos os funcionários do sexo masculino em idade de combate e disse que lhes daria adiamentos. Contudo, revelou que esta ação por parte da Rússia está a gerar uma onda de medo.
“Ninguém quer de repente acabar numa guerra com uma espingarda nas mãos”, comentou ao acrescentar: “A operação especial está a arrastar-se um pouco, pelo que qualquer surpresa por parte das autoridades russas pode ser esperada”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a invasão à Ucrânia no dia 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, ofensiva militar que levou a União Europeia (UE) a responder com vários pacotes de sanções internacionais.
A invasão russa desencadeou uma guerra de larga escala que deixou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Não é conhecido o número de baixas civis e militares do conflito, contudo diversas fontes, entre as quais a Organização das Nações Unidas (ONU), admitiram que será elevado.