Jovem iraniana foi agredida até à morte após resistir a violação por agentes da polícia, revela relatório

A tragédia que envolve a morte de Nika Shakarami, uma jovem iraniana de 16 anos, desaparecida em Teerão após participar em protestos, tomou um novo rumo chocante com revelações chocantes sobre o que lhe aconteceu, e que foi ocultado pelas autoridades do Irão.

O caso, que inicialmente foi tratado como suicídio pelas autoridades iranianas, agora é confirmado como um homicídio brutal, marcado por violência e encobrimento de provas, segundo revela um relatório a que a BBC teve acesso.

Após dez dias de angústia, a família de Shakarami encontrou o seu corpo numa morgue de um centro de detenção na capital iraniana. Segundo a BBC, a jovem foi violada e morta por vários agentes da polícia iraniana, numa brutal agressão com bastões e tasers.

Desde o início, a mãe de Shakarami acusou as autoridades de “assassinato”, enquanto o governo iraniano insistiu na versão do suicídio. No entanto, marcas de tortura e violência no corpo da jovem contradizem a narrativa oficial, reforçando as suspeitas de encobrimento.

O relatório da BBC, classificado como “altamente confidencial”, identifica os envolvidos nos crimes, bem como altos comandantes da Guarda Revolucionária iraniana envolvidos na tentativa de ocultar a verdade.

O documento confirma que um dos agentes violou Shakarami e, mesmo estando algemada, ela tentou resistir, o que desencadeou uma violenta agressão dos agentes, resultando na sua morte.

Além disso, revela-se que a jovem estava sob vigilância horas antes da sua morte. Unidades de segurança encobertas monitorizavam a manifestação em que participou. Segundo o relatório, a jovem foi identificada como uma das líderes do protesto e foi o alvo de uma operação tendo em vita a sua detenção.

A tia de Shakarami confirmou à BBC que a jovem telefonou a uma amiga naquela noite, alertando-a sobre a perseguição das forças de segurança. Horas depois, foi detida por membros de uma unidade especializada, sendo posteriormente violada e morta na parte traseira de uma viatura.

Até ao momento, nenhum dos envolvidos no crime foi detido ou punido.

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