“Investidores focam-se mais na gestão de risco do que no posicionamento para o futuro”, avisa estratega da Nordea

Numa altura de profunda incerteza assiste-se a um momento em que os investidores “focam-se mais na gestão de risco do que no posicionamento para o futuro” de acordo com Sébastien Galy, Estratega Macro Sénior da Nordea Asset Management que faz uma análise sobre o outlook macroeconómico para o próximo ano com foco na Europa e nos Estados Unidos.

Numa análise a que a ‘Executive Digest’ teve acesso começa por referir que “torna-se gradualmente mais passível de se prever a inflação com alguma previsão, sobretudo nos Estados Unidos”. De seguida, destaca quais os desafios que existem neste momento no que diz respeito aos mercados e à economia referindo em especial o custo de lidar com o choque global de oferta e procura que está a aumentar. Evidencia igualmente, os níveis da dívida governamental em muitos países relacionados com o pico nos preços da energia, os investimentos em novos contentores de navios, produção de petróleo e gás e microchips e o abrandamento da transição energética em países com balanços fracos e que procuram soluções energéticas para mitigar o impacto da guerra na Ucrânia.

Sublinha ainda as novas tendências a que devemos assistir depois do pico da inflação e enfatiza que o desafio do momento é encontrar nas próximas semanas o ponto de máxima dor do mercado e monitorizar as mudanças de sentimento. “Esta dor pode ser avaliada com base em posições e sentimentos extremamente “bearish” (grosseiros), fluxos de saída de ações e crédito, redução forçada do risco, avaliações baratas, alterações na reação de ativos financeiros às notícias (por exemplo, as más notícias têm agora um impacto positivo), e deslocamentos e incoerências entre classes de ativos”, refere.

Diz também que a oportunidade que se apresenta está estreitamente focada em obrigações cobertas e ações Valor/Qualidade. No entanto, no primeiro e segundo trimestre de 2023, devemos ver este foco expandir para áreas como o rendimento fixo, crédito e ações. “De um modo geral, as ações estão na realidade com uma valorização atrativa, sobretudo na Europa e em mercados emergentes”, termina.