Incidentes como este “vão continuar”: Psicóloga de vítima ismaili diz que há imigrantes a entrar em Portugal com “problemas de saúde mental gravíssimos”
Após o ataque desta terça-feira a um Centro Ismaelita, em Lisboa, que resultou na morte de duas mulheres, de 20 e 40 anos, Faranaz Keshavjee, a psicóloga especialista em trauma e familiar de uma das vítimas, revelou que existem imigrantes em Portugal com “problemas de saúde mental gravíssimos” e alerta estar convicta de que incidentes como este “vão continuar”.
“A imigração, as guerras e todas estas situações de instabilidade internacional continuam, tiveram os desfechos que tiveram nalguns contextos, noutros estão ainda a decorrer”, comentou em declarações à TSF ao acrescentar que em Portugal “não estamos imunes” a que se repitam ataques deste género.
Perante a falta de ação, Keshavjee salientou a necessidade de serem disponibilizadas estruturas para acompanhar “pessoas que vêm com as suas feridas abertas”, contudo frisou não estar a “desculpar ninguém”. Na sua ótica, a sociedade portuguesa “tem muito a fazer e a trabalhar no sentido de prevenir este tipo de situações que, a meu ver, vão continuar”.
“Alertei algumas pessoas importantes neste país para este efeito e estamos a trabalhar em conjunto”, informou ao notar que “temos estado todos a ajudar, a colaborar com estas entidades que procuram ajuda para integrar estes povos imigrantes que também vêm sofridos”.
Ao recordar uma das vítimas mortais, de quem é “prima em segundo grau”, a psicóloga contou que era “uma rapariga nova, que se dedicou, conforme toda a gente na comunidade ismaili portuguesa se dedica, a ajudar tanto imigrantes como toda a sociedade no geral”, confessando que quando morreu “estava ao serviço, a fazer o seu melhor juntamente com a equipa que com ela trabalha”.
O atacante foi detido pela Polícia de Segurança Pública (PSP) no local, após lhe terem sido “dadas ordens para que cessasse o ataque, ao que o mesmo desobedeceu, avançando na direção dos polícias, com a faca na mão”.
Após o ataque, a PSP apelou “à serenidade e tranquilidade de todos” ao destacar que foram mobilizados “os efetivos necessários para a implementação das medidas de segurança adequadas e urgentes”.