Há empresas a fazer milhões com os dados dos internautas. Quer uma fatia?
Informações sobre onde cada pessoa vai e aquilo que compra estão disponíveis de forma relativamente fácil se os alvos forem internautas – e há empresas a fazer centenas de milhões de dólares com a venda destes dados. Mas e se o cidadão comum também pudesse ficar com uma fatia deste bolo gigantesco?
É esta a proposta da aplicação móvel Killi, que quer dar mais controlo aos seus utilizadores e, já agora, rendimentos. A Killi funciona como uma plataforma de recolha de dados, fazendo a ponte entre os utilizadores de internet e empresas que querem muito saber o que andam as pessoas a fazer online. Podem ser agências de publicidade, especialistas em estudos de mercado ou marcas de consumo, por exemplo.
O que a Killi propõe é uma divisão dos lucros. A aplicação oferece aos internautas a possibilidade de escolherem os dados que são partilhados e ainda de ficarem com 50% do valor pelo qual são vendidos.
Em declarações ao Business Insider, o CEO da Killi explica que está na altura de mudar o paradigma. «A forma como estão a ser recolhidos e armazenados dados está sob pressão», garante Neil Sweeney. Recorde-se que as regras sobre este tema estão a apertar, nomeadamente na Europa com a entrada em vigor do novo Regulamento Geral da Protecção de Dados.
O mercado dos dados de consumidores está a crescer, embora não seja possível indicar um número concreto. Só a Google (que também inclui o YouTube), reportou receitas de publicidade de 149 mil milhões de dólares (cerca de 137 mil milhões de euros), no ano passado. O Facebook vai pelo mesmo caminho, tendo anunciado 70 mil milhões de dólares (64,2 mil milhões) em receitas publicitárias, mais 27% do que em 2018.
Uma previsão da Data Corporation aponta para receitas de 274,3 mil milhões de dólares (perto de 300 mil milhões de euros), em empresas de big data e business analytics, no prazo de dois anos.
Segundo a mesma publicação, existem dois tipos de utilizadores da aplicação Killi. Os activos respondem a questionários e recebem um valor por esse esforço adicional. Os utilizadores passivos dependem apenas dos dados que decidem partilhar e recebem dividendos (entre um e cinco dólares por mês, em média).