Há cada vez mais empresas europeias a abrirem contas em rublos para comprar gás da Rússia

Uma semana depois de a Presidente da Comissão Europeia ter anunciado oficialmente que o bloco iria acabar com as importações de energia russa até ao final do ano, sabe-se que várias empresas europeias estão a ceder às exigências de Vladimir Putin e abrir contas em rublos.

A informação é avançada pela ‘Bloomberg’, que cita fontes próximas da petrolífera estatal russa Gazprom. Estima-se que cerca de 20 empresas europeias tenham já aberto contas bancárias na moeda russa, através do braço financeiro da petrolífera, o Gazprombank. Consta que mais 14 empresas tenham já iniciado o processo de abertura de contas semelhantes nesse banco.

As revelações são feitas depois de, no final de abril, a Rússia ter cessado o fornecimento de gás natural liquefeito à Polónia e à Bulgária, por se terem recusado a aceder à exigência do Presidente russo para que os pagamentos por produtos energéticos exportados pelo país fossem feitos exclusivamente em rublos, uma medida que se considera como uma estratégia para amortecer as quebras económicas resultantes das sanções aplicadas pelos países ocidentais e aliados.

O modelo avançado pelo Kremlin exige que os compradores oriundos de países que a Rússia não considere como amigáveis abram duas contas no Gazprombank, uma na moeda oficial do país de origem e outra em rublos. O governo russo defende que, desta forma, as empresas europeias não incorrem em incumprimento das sanções da União Europeia, visto que o pagamento pelos produtos energéticos russos é feito em euros ou em dólares, sendo que só depois é feita a conversão para a moeda russa.

Na passada quarta-feira, o Primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, afirmou que está confiante de que as empresas europeias possam comprar produtos energéticos russos em rublos, sem que isso represente uma violação das sanções europeias. Também a Alemanha partilha da visão da Itália, mas a União Europeia considera que o modelo de abertura de duas contas viola o regime sancionatório, pois não é algo que esteja previamente incluído nos contratos já estabelecidos entre as empresas europeias e o fornecedor russo.






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