Guerra entre Biden e OPEP+ vai desencadear “volatilidade e disparo nos preços do petróleo”, alertam bancos

A OPEP+ manteve a meta de produção de 400 mil barris de petróleo por dia, ignorando assim os apelos dos EUA, Índia e Japão. A Casa Branca já reagiu que tem uma “ampla gama de ferramentas para lidar com o aumento dos preços”, alimentando ainda mais o receio de alguns analistas e corretoras. 

Caso assim o entenda, Washington poderá recorrer às reservas nacionais de emergência, de forma a baixar o preço do petróleo, através da redução da procura.
O que acontece nas próximas semanas terá grandes implicações para uma economia global que tem sido abalada pelos elevados preços da energia, e para a agenda política interna de um presidente dos EUA, cuja popularidade está a afundar à medida que a inflação sobe.
Para o Citigroup, as declarações da OPEP+, proferidas na semana passada, que afirmam que “o crescimento da procura pelo petróleo será lenta”, “não é verdade. Estamos a assistir a um aumento da procura”, advertiu Ed Morse, responsável pelo departamento de análise de matérias-primas do Citigroup. O executivo espera que “os preços do petróleo continuem por isso a subir”.

 

“O próximo ano será uma grande e boa surpresa, em termos de crescimento para os países que não fazem parte da OPEP, como os EUA”, avisou Citigroup.

Na quinta-feira, o Goldman Sachs alertou para “a volatilidade” que vai marcar o preço do petróleo nos próximos meses “devido à discórdia que reina entre EUA e OPEP+”. “O mercado de petróleo permaneceu subabastecido, pelo que caso os EUA recorram às reservas estratégicas, pode haver um alívio temporário no preço, mas o tiro sairá pela culatra no próximo ano”, acrescenta o banco.

Já a Again Capital LLC, conhecida pelas suas previsões em matéria de ‘commodities’ sublinha que  “se o inverno amanhecer mais cedo, o pior cenário pode acontecer: o preço por barril chegar aos 100 dólares ainda este ano”.

Esta sexta-feira, o  barril de petróleo Brent para entrega em janeiro abriu em alta no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, mas a cotar-se a 81,20 dólares, contra 80,54 pontos na quinta-feira e 85,65 dólares em 26 de outubro, um máximo desde outubro de 2018 (quando subiu até 86,43 dólares), mas os especialistas não excluem que possa atingir 90 dólares por barril antes do final do ano.

 

 

 

Ler Mais