Governo tem “metas bastante ambiciosas” para o Ensino Superior e quer 26 mil camas para estudantes deslocados até 2026, diz Costa

O Primeiro-ministro garantiu esta quinta-feira que o Governo tem “metas bastante ambiciosas para o aumento do número de alunos no Ensino Superior”.

“O nosso desenvolvimento assentará na economia do conhecimento, e isso significa investir na inovação e nas qualificações”, salientou António Costa, durante a cerimónia de assinatura dos contratos de financiamento do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior.

O Governo quer, em 2030, ter “seis em cada dez jovens com 20 anos estejam a frequentar o Ensino Superior” e que metade das pessoas com idades entre os 30 e os 34 anos tenham o Ensino Superior concluído.

António Costa recorda que, em 2000, somente 11,11% das pessoas no intervalo 30-34 anos tinham um curso superior. “Hoje, 20 anos volvidos, já temos 43,7%”, mas afirmou que “ainda temos de fazer este esforço”.

“Se o conseguirmos fazer, e temos todas as condições para o conseguir, significa que nos primeiros trinta anos deste século nós conseguimos vencer aquele que é seguramente o défice estrutural mais profundo da sociedade portuguesa, aquele que acumulámos ao longo de séculos, que é o défice das qualificações”, explicou, frisando que “muito condicionou o desenvolvimento do nosso país”.

Para ser possível concretizar essas ambições, Costa disse que temos de agir “em diferentes dimensões”, designadamente na diversificação da oferta para responder aos interesses dos jovens e na reposta às necessidades de cada uma das regiões.

O líder do Governo apontou que há sete anos havia 44 localidades com oferta de Ensino Superior e que hoje esse número ascende às 138. Contudo, reconhece que isso aumenta o número de estudantes deslocados, apontando que essa deslocação é importante para “a aprendizagem cívica e do crescimento de cada aluno”.

Tocando no cerne da questão, Costa afirmou que é preciso assegurar que há capacidade para alojar esses estudantes deslocados. “Sabemos bem que a liberalização do mercado da habitação é irreversível, mas aumentou significativamente a pressão sobre o custo do alojamento”, admitiu, apontando o crescimento do turismo como a principal causa dessa pressão sobre os preços da habitação.

Ele lembrou que o Plano de Recuperação e Resiliência aponta como uma das prioridades “investir no alojamento para estudantes do Ensino Superior”, para a qual estão alocados 375 milhões de euros.

No entanto, avançou que a mobilização que se verificou em torno dessa necessidade fez com que os projetos para criação de alojamento para estudantes do Superior ultrapassassem esse montante, o que levou o Governo a aplicar um reforço de mais 72 milhões de euros, de forma a serem financiados os projetos que tinham ficado da verba inicialmente prevista.

Assim, Costa disse que até ao final de 2026 será possível alcançar as 26 mil camas, subindo das atuais 15 mil.