Goldman Sachs faz cortes ‘brutais’ de funcionários e dá-lhes 30 minutos para abandonar as instalações

O Goldman Sachs demitiu, esta quarta-feira, inúmeros funcionários das suas instalações em Nova Iorque, Londres e Hong Kong. Segundo avança o ‘Financial Times’ alguns saiam sem receber o bónus pelo trabalho do ano passado e os funcionários mais jovens tiveram apenas 30 minutos para arrumar os pertences e sair.

De acordo com o jornal internacional, estas demissões são o símbolo do corte de custos profundo que o banco está a fazer, orquestrado pelo presidente-executivo David Solomon que está a tentar reduzir as despesas e redimensionar a instituição.

O Goldman Sachs está neste momento num processo de corte de 3.200 empregos que iniciou na semana passada, porém grande parte dos funcionários apenas recebeu ordens esta quarta-feira. As reduções de pessoal são equivalentes a cerca de 6,5% dos 49.000 funcionários do banco.

Os gerentes encarregados de dar as más notícias aos funcionários descreveram ao ‘Financial Times’ o processo como “brutal” e moralmente “horrível” tendo em conta que milhares de funcionários apareceram para trabalhar sem saber o que lhes ia acontecer.

Relatam ainda que alguns funcionários que foram despedidos tiveram apenas cerca de meia hora para recolher os seus casacos e arrumar mesas antes dos seus cartões de acesso ao edifício serem desativados.

Em Londres por exemplo, alguns funcionários ficaram tão desapontados que fugiram para o pub Harrild & Sons perto dos escritórios do banco em Plumtree Court e ficaram a conversar com os colegas de trabalho que se tornaram agora ex-colegas.

As recompensas oferecidas aos funcionários que deixaram o cargo são todas muito diferentes, de acordo com fontes internas, citadas pelo jornal internacional, muitos funcionários foram demitidos sem receber um bônus pelo trabalho realizado em 2022, mas muitos diretores administrativos, o segundo posto mais sénior, vão ser pagos até ao final de janeiro e, em seguida, vão receber três meses de licença remunerada.

Já os funcionários mais juniores, abaixo ou ao nível de um vice-presidente, vão receber dois meses de indemnização, segundo a mesma fonte.

Em um comunicado esta quarta-feira, o banco anunciou que este era um “momento difícil para as pessoas deixarem a empresa” e que “somos gratos por todas as contribuições dos nossos funcionários estando a oferecer suporte para facilitar as transições. O nosso foco agora é dimensionar adequadamente a empresa para as oportunidades que temos pela frente num ambiente macroeconómico complicado”, disse o banco.

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