Gigante chinesa de carros elétricos tem ‘luz verde’ para investir 2.000 milhões de euros em Sines e criar 1.800 empregos

A gigante chinesa produtora de carros elétricos China Aviation Lithium Battery Tecnology (CALB) viu a Agência Portuguesa do Ambiente emitir uma declaração de impacto ambiental (DIA) favorável, embora condicionada, para investir 2.000 milhões de euros em Sines para fabricar baterias de lítio. A CALB é o sexto maior produtor de baterias para carros elétricos do mundo.

De acordo com informações avançadas pelo ‘Expresso’, este projeto deverá criar 1.800 empregos numa fábrica que irá laborar em regime contínuo, com três turnos diários de oito horas. A mesma fonte revela que a DIA da APA conta com mais de 90 medidas de minimização do impacto da construção desta fábrica, bem como dezenas de elementos que a empresa terá de incluir no relatório de conformidade ambiental do projeto de execução da linha que ligará a fábrica à rede elétrica.

O terreno tem uma dimensão equivalente a 83 campos de futebol, e aí vai erguer-se uma fábrica altamente inteligente, informatizada, autónoma e com zero carbono.

A fábrica em Sines deverá entrar em funcionamento em 2025, com o objetivo de dar resposta à atual carteira de encomendas da empresa no continente europeu, devendo ser a maior fábrica da CALB na Europa.

A fabricante tinha já estimado que o funcionamento da fábrica em Sines poderá “representar cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) português, uma vez que todas as vendas serão exportações para o mercado europeu”.

O Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, disse, em novembro passado, aquando da assinatura do memorando de entendimento entre a CALB e o Estado português, que este investimento vai permitir ao país completar toda a cadeia de valor na área do lítio, e que poderia fornecer as principais fábricas portuguesas que montam automóveis no país, designadamente a Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, a Stellantis, em Mangualde, e a Mercedes, no Tramagal.

“Sines pode ser um polo do green shipping, estou perfeitamente convicto que o hidrogénio verde, a amónia e o metanol são os combustíveis que vão alimentar as frotas marítimas no futuro, e se Sines se colocar com todos estes investimentos vai ser absolutamente decisivo. Além de tudo isto, um dos grandes investimentos é de uma grande empresa internacional na área das baterias que quer sediar em Sines a fabricação das baterias. (…) Se isto acontecer, com todo o trabalho que estamos a fazer, com a Volkswagen, a Stellantis, a Mercedes e outras marcas, queremos ser um país que esteja à frente na mobilidade eléctrica. São negociações complexas, mas nós estamos a avançar”, disse Costa Silva.

 

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