‘Gabinete 39’: A ‘máfia’ pessoal de Kim Jong Un que arrecada até 2 mil milhões de dólares por ano

O regime norte-coreano tem muito que se lhe diga. Sujeito a sanções internacionais, o país está proibido de negociar legalmente com muitos outros territórios, mas a verdade é que os gastos militares e os luxos ocidentais exibidos por Kim Jong Un deixam a descoberto a habilidade de superar bloqueio dos mercados e obter moeda e investimentos internacionais.

O segredo para financiar o programa nuclear da Coreia do Norte, e garantir um fluxo de moeda estrangeira, bem como assegurar as despesas com carros e relógios de Kim Jong Un, está na misteriosa organização Office 39 (em português Gabinete 39), descrita pelos EUA como uma agência obscura e pouco conhecida, que consiste numa rede de captação de fundos internacionais, destinados a financiar o regime e o programa militar norte-coreano.

Segundo os serviços secretos norte-americanos, o Gabinete 39 consegue arrecadas entre 500 mil e dois mil milhões de dólares por ano, com atividades criminosas como falsificação, tráfico de seres humanos, tráfico de bens e mercadorias e pirataria informática.

“Onde acham que Kim Jong Un consegue os seus conhaques, relógios Mercedes e Rolex?”, questiona com ironia David Maxwell, coronel reformado das Forças Especiais do Exército dos EUA, em declarações ao New York Post.

Fabrico e tráfico de armas, contrafação, contrabando de outro e escravatura são outras das atividades a que o grupo de destina. O Gabinete 39 foi fundado por Kim Jong Il, pai de Un, em 1974.

O Gabinete está instalado num edifício governamental desconhecido em Pyongyang e especula-se que a irmã de Kim, está a assumir algum controlo da operação, que normalmente esteve a cargo de executivos com uma média de 70 anos.

“É uma espécie de banco privado do Kim Jong Un”, explica o desertor norte-coreano Jason Lee, que trabalhou com o pai no Gabinete 39, gerindo companhias de navegação.

Os diplomatas também integram o ‘esquema’, transportando bebidas alcoólicas, cigarros ou drogas, e há funcionários do Gabinete que ganham dinheiro atuando como mulas de tráfico de droga para outros países.

Outro aspeto relacionado com esta obscura organização são os homens que realizam trabalhos em explorações madeireiras na Sibéria, Rússia, e que são obrigados a entregar os salários ao Governo. Trata-se, segundo relatam os desertores norte-coreanos, de pessoas que foram vítimas do circuito de tráfico de seres humanos para escravatura gerido pelo Gabinete 39.

Ler Mais