Fórum de Davos termina hoje. O que marcou a edição ‘atípica’ deste ano?

Hoje é o último dia da organização do Fórum Económico Mundial, que este ano se realizou de forma ‘atípica’ devido à pandemia. O evento anual arrancou na segunda-feira, dia 25 de janeiro, e realizou-se por videoconferência uma vez que não foi possível uma edição presencial em Davos, na Suíça.

Apesar de à distância, o Fórum de Davos contou na mesma com a participação de vários líderes mundiais, desde a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e à chanceler da Alemanha, Angela Merkel.

O que marcou a edição deste ano? Para o fundador do Fórum Económico Mundial, Klaus Schwab, o grande objetivo passou por restaurar a confiança e envolver todas as partes interessadas, desde empresários a governos e sociedade civil. Sob o mote 2021 é um “ano crucial para reconstruir confiança”, o organização quis ajudar a construir “uma era pós-covid-19 mais pacífica e próspera”.

Os principais temas este ano envolveram sistemas económicos, crescimento sustentável, cooperação e aproveitamento das tecnologias na quarta revolução industrial – um tema já comum na agenda de Davos. Outros tópicos importantes do ‘fórum das elites’ foram a construção de um futuro melhor para o trabalho, a aceleração do capitalismo dos ‘stakeholders’ e o aproveitamento das tecnologias da quarta revolução industrial.

Além disso, a desigualdade foi outro dos temas debatidos nos painéis sobre racismo e desigualdade de género. A pandemia veio acentuar as diferenças e a disparidades entre os países mais desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Por isso, foi um tópico que não passou despercebido este ano, no Fórum Económico Mundial. O presidente do Conselho de Administração da Bloomberg, por exemplo, alertou para a responsabilidade das empresas no combate à desigualdade social.

Num outro extremo, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou para os riscos de confrontos entre os países, “de todos contra todos”, devido à falta de esforço internacional para evitar essa situação. Durante o seu discurso, Putin mencionou ainda a crescente influência das gigantes tecnológicas norte-americanas, nomeadamente, as redes sociais. O Presidente russo alertou que podem “pôr em causa” os governos.

Também o Presidente da China, Xi Jinping, alertou contra uma “nova guerra fria”, defendendo um maior papel do grupo de países do G20 e a cooperação mundial para superar e recuperar da crise económica e pandémica. O líder chinês mostrou ainda alguma preocupação com a relação com os Estados Unidos, agora que o novo Presidente, Joe Biden, tomou posse.

A fome foi ainda outro tópico em cima da mesa na edição virtual de Davos. O Fórum reuniu ministros da Agricultura de diferentes países do mundo e debruçou-se sobre as desigualdades dos países no acesso aos alimentos – um problema que se agravou com a pandemia. Há “um risco de fome em massa” foi a conclusão de um dos debates de uma mesa redonda.

A agenda de Davos contou com a participação de chefes de Estado e Governo, presidentes executivos, líderes da sociedade civil, comunicação social mundial e líderes jovens de África, Ásia, Europa, Médio Oriente, América Latina e América do Norte. Segundo o Fórum Económico Mundial, a edição deste ano atraiu virtualmente cerca de 1200 líderes de 60 países.

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