Football Leaks: Benfica pede investigação ao acordo que livrou Rui Pinto de cinco processos

O Benfica quer que seja investigado o acordo entre Rui Pinto, criador do Football Leaks e hacker arguido no processo com o mesmo nome, e o Ministério Público. Os advogados que representam o clube já pediram ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) que averigue as circunstâncias em que foi atribuída a suspensão provisória em cinco processos judiciais em que Rui Pinto era visado.

Segundo adianta o Jornal de Notícias, os advogados falam numa “negociata” entre um procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que terá intervindo de forma abusiva no inquérito, e a defesa de Rui Pinto, para beneficiar o pirata informático e evitar que fosse julgado nos cinco processos em que estava envolvido.

Em causa estão as investigações aos alegados acesso de Rui Pinto aos sistemas do Centro de Gestão da Rede Informática do Governo, do F. C. Porto, do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), da caixa de email de Joana Marques Vidal, Procuradora-Geral da República, entretanto jubilada, e também do Benfica.

Recorde-se que foi em julho de 2020 que o MP propôs, e o juiz Carlos Alexandre aceitou, a suspensão provisória dos cinco processos e que permitiria a Rui Pinto não ser julgado, mediante ficar à disposição da Polícia Judiciária e do Ministério Público para colaborar em investigações, dar os códigos de desencriptação dos discos e computadores que lhe tinham sido apreendidos, e não cometer quaisquer crimes.

O acordo foi proposto por Carlos Casimiro Nunes e o Benfica sempre tentou travá-lo.

Agora, alegam os advogados que representam o clube que o procurador “acedeu ao conteúdo do acervo probatório digital apreendido a Rui Pinto, sem que haja respaldo documentado nesse inquérito e no processo onde tal apreensão se efetivou”.

No mesmo pedido, endereçado ao CSMP, o Benfica pede ainda que sejam investigadas suspeitas de que outra investigação que está em curso, e que também visa Rui Pinto, tenha sido alvo de condicionamento, com “desvio dos recursos humanos encarregues da respetiva investigação”.

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