“Foi um ano letivo intranquilo. Não há alunos felizes com professores infelizes”: terceiro período termina hoje para milhares de jovens

Termina esta quarta-feira, dia 7 de junho, o terceiro período do ano letivo 2022/2023, para os alunos do 9º, 11º e 12º anos de escolaridade; já para os alunos do 5º, 6º, 7º, 8º e 10º anos terminam as aulas no próximo dia 14, sendo que os alunos da educação pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico de escolaridade podem ‘fechar os livros’ a 30 de junho.

O regresso à escola está agendado para entre os dias 12 e 15 de setembro de 2023.

“No mínimo, foi um ano letivo intranquilo. Foi um ano atípico, que trouxe à tona muitas angústias dos professores, muita desmotivação e trouxe uma verdade insofismável que cada vez são menos os professores e não se vê alternativa para aqueles que saem todos os dias”, considerou, em exclusivo à ‘Executive Digest’, Manuel Pereira, responsável da ANDE – Associação Nacional de Dirigentes Escolares.

Para o responsável, este “foi um ano em que muitos problemas não foram resolvidos. Os problemas não são deste ano, já vêm de trás. A desmotivação e insegurança dos professores têm razões públicas e conhecidas, que acho que são justas, e a que o Governo não tem sido sensível. É legítimo que a classe docente lute pelos seus direitos e para que o Governo reconheça esses direitos”.

E o efeito nos alunos? “Costumo dizer que é difícil ter alunos felizes com professores infelizes. Os professores são eticamente responsáveis, os pais sabem isso e demonstram enorme simpatia pela luta dos docentes. Mas no subconsciente dos professores há problemas profissionais que não estão resolvidos que podem influenciar o trabalho de todos os dias”, frisou Manuel Pereira.

Este não foi um ano letivo isento de dificuldades, à semelhança dos dois anteriores, marcados pela pandemia da Covid-19. Para Manuel Pereira, “esta instabilidade traz consequências a nível de aprendizagem, com influências negativas”. E o próximo ano letivo? “Não vai piorar atendendo ao estado de insatisfação dos profissionais de educação.”

“Todos os professores se esforçam para que os alunos não sejam prejudicados e trabalham para que possam ter o máximo sucesso”, garantiu o responsável. “Mas é um desgaste brutal. Era importante vermos o Governo dar passos para encontrar uma solução que possa pacificar a classe docente. Ao fim de mais de seis meses de luta, não se vê luz ao fundo do túnel. Preocupa-me mais as razões da greve do que os efeitos da greve porque estes são ultrapassáveis”, revelou.

Para 2023/2024, apesar da intenção dos órgãos sindicais, o desejo é que “ter um ano em que o nosso foco único fosse trabalhar para o sucesso dos nossos alunos. E não ter de fazer isso focados nos problemas profissionais de cada um dos docentes”, indicou, sublinhando que no próximo ano sejam tomadas “medidas urgentes” para convencer os jovens a quererem ser professores. “Atendendo à situação atualmente, não há candidatos. Nos próximos 6,7 anos vão-se embora mais de 40 mil professores e não vemos no horizonte capacidade de renovação. Vai acontecer o que se passou nos finais de anos 1970 e início dos anos 1980, que para as escolas terem professores recrutarem pessoas com o 12º ano. Não era bom voltar a isso”, finalizou.

Calendário de 2023/2024 já é conhecido

O calendário escolar para o próximo ano letivo já foi revelado pelo Ministério da Educação: segundo o documento do ministério de João Costa, o início das aulas está marcado entre os dias 12 e 15 de setembro, com o o primeiro período a ter o fim marcado para o dia 15 de dezembro de 2023. À semelhança dos outros anos letivos, o calendário escolar conta com três períodos.

As férias de Natal estão marcadas entre o dia 18 de dezembro de 2023 e 2 de janeiro de 2024. O segundo período começa a 3 de janeiro e estende-se até ao dia 22 de março de 2024.

Já o terceiro período tem início marcado para dia 8 de abril, e termina entre o dia 4 e 28 de junho.

O dia em que os alunos terminam o terceiro período está relacionado com os exames, sendo que os alunos do 9º ao 12º ano de escolaridade terminam primeiro, a 4 de junho, do 5º ao 10º acabam a 14 de junho, e o pré-escolar, 1º e 2º ciclos do ensino básico, a 28 de junho.

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