Estrategas do Goldman Sachs acreditam que ciclo de aumentos de taxas está prestes a alcançar pico
Os mercados emergentes estão neste momento num ciclo agressivo de aumentos das taxas de juro, mas os estrategas do Goldman Sachs Group Inc. acreditam que estes aumentos estão prestes a alcançar um pico.
Segundo declarações dos estrategas a que a ‘Bloomberg’ teve acesso, a proporção de bancos centrais que ainda está a restringir a política monetária em países desenvolvidos deve recuar para cerca de 50%, face aos atuais 70%, nos próximos três meses.
Na semana passada, a inflação dos EUA voltou a exceder as expectativas e os investidores aumentaram as apostas de mais taxas de juro. No entanto, os estrategas do banco norte-americano dizem que os fundamentais internos vão ter um papel mais importante na política monetária do que as consequências da restrição da política monetária em países desenvolvidos.
“Apesar de as dinâmicas da inflação continuarem ‘hawkish’ na maioria dos países, a robustez relativa do mercado de câmbio e o enfraquecimento do ímpeto de crescimento nos principais bancos centrais que iniciaram os aumentos mais cedo devem estar contra a política monetária continuar durante muito tempo em território restritivo”, escreveram os estrategas Kamakshya Trivedi e Caesar Maasry no relatório a que a ‘Bloomberg’ teve acesso.
Os próximos meses serão então o palco para uma divergência entre os bancos centrais dos mercados emergentes. O facto de a política monetária de regiões como a América Latina, algumas zonas da Europa, o Médio Oriente e África já estar tão restrita, significa que é provável que as próximas decisões nessas zonas sejam menos ‘hawkish’.
O Banco Central Europeu manteve as taxas de juro na mais recente reunião de 2 e 3 de fevereiro, divergindo face ao rumo da maioria dos bancos centrais, enquanto a Reserva Federal dos EUA sinalizou no final de janeiro um aumento das taxas de juro para março deste ano.