Estrangeiros procuram menos casas em Portugal com o fim dos ‘vistos gold’

Os ‘vistos gold’ para investimento imobiliário terminaram em outubro e o regime para Residentes Não Habituais (RNH), nos antigos termos, acabou em 2024. Isto resultou num um arrefecimento na procura internacional de casas à venda no final de 2023, sobretudo pelos norte-americanos.

De acordo com os dados do idealista/data, também no mesmo período, observou-se uma diminuição do interesse estrangeiro em arrendar casa em Portugal, mas continuam a representar mais de 22% do total da procura de casas para comprar e arrendar no nosso país.

No que respeita à compra, os dados mostram que a procura de estrangeiros passou a pesar 23,1% sobre o total no último trimestre de 2023, contra os 24,3% registados no trimestre anterior (-1,2 pontos percentuais).

Entre as principais nacionalidades estrangeiras que procuram comprar casa em Portugal, os franceses são os que têm maior destaque nos últimos cinco anos, permanecendo quase sempre em primeiro lugar, tendo sido apenas ultrapassados pelos norte-americanos entre o verão de 2022 e o verão de 2023.

Já no último trimestre de 2023, depois do fim dos vistos gold ser aprovado, verificou-se que o interesse dos norte-americanos por comprar casa no país arrefeceu, passando de 12,4% no verão para 11,4% no final do ano, deixando assim o 1.º lugar. E o interesse dos brasileiros também caiu neste período, de tal forma que saíram deste top5 depois de uma presença assídua desde 2019.

Já no arrendamento, o peso da procura de estrangeiros terminou o ano a representar 22,2% do total, o menor valor desde meados de 2021. Esta percentagem é, portanto, inferior à registada no trimestre anterior (23,6%), bem como no período homólogo (29,7%).

O Brasil tem sido o principal país de origem da procura estrangeira para arrendamento nos últimos cinco anos, tendo terminado 2023 a pesar 24,2% face ao total. A segunda maior procura vem dos EUA (10,4% do total), seguida de Espanha (8,2%), Alemanha (6,5%) e Reino Unido (6,4%), indicam ainda os mesmos dados. Muitos destes estrangeiros que resolvem arrendar casa no país são nómadas digitais e reformados que procuram clima ameno, conjugado com um bom custo de vida.

No entanto, e apesar destes dados, não são só estes regimes fiscais que atraem os cidadãos do mundo a viver em Portugal: também o clima ameno, a qualidade de vida, segurança e os bons serviços de saúde e educação, a par do regime de nómadas digitais, são importantes fatores de atração para estas famílias que querem mudar de vida.

 

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