Estas duas pessoas mergulharam a bordo do Titan e revelam a sua experiência e os perigos da aventura

O pequeno submersível Titan desapareceu no domingo, durante uma das suas viagens até ao Titanic, afundado no Atlântico norte, e tem captado as atenções em todo o Mundo. Os cinco tripulantes a bordo só terão oxigénio até quinta-feira, mas segundo que já fez este mergulho, são várias as formas de morrer a bordo desta embarcação, segundo avisa a empresa OceanGate.

Os três milionários que pagaram cerca de 230 mil euros para realizar o mergulho no submersível foram avisados dos riscos, segundo explicam dois ex-tripulantes do Titan à BBC. Esta não era a primeira vez que o veículo submarino fazia a viagem.

Mike Reiss, argumentista e produtor, recorda que todos os participantes tem de “assinar um termo de responsabilidade, que lista uma após outra, todas as maneiras em que se pode morrer durante a viagem”.

“Referem ‘morte’ três vezes só na primeira parte. Todos sabem no que se estão a meter”, indica. Morte por asfixia, devido a problemas técnicos da embarcação, dos sistemas de ventilação ou de comunicação e controlo, são alguns dos exemplos.

Reiss afirma estar pessimista sobre o futuro dos cinco tripulantes a bordo do Tita, perante a dimensão so submersível comparado à vastidão do oceano. “Se estiver no fundo, não sei como alguém poderá chegar a ele, muito menos trazê-lo de volta”, indica.

Já o jornalista norte-americano David Pogue, indica que o termo de responsabilidade assinado estipulava que o Titan é uma “embarcação experimental” e que por isso, “não foi aprovado ou certificado por nenhuma entidade ou órgão regulador”.

O termo de responsabilidade assinado pelos tripulantes indica que, por isso, a viagem pode “causar danos físicos, incapacidade, trauma emocional ou psicológico e morte.

De acordo com o ex-tripulante do Titan, o submarino tem sete funções diferentes que lhe permitem voltar à superfície em caso de necessidade ou urgência, mas nenhuma parece ter funcionado.

Pogue explica que os tripulantes são selados dentro da cápsula principal do Titan com parafusos, que só podem ser removidos a partir do lado de fora. Não existe cápsula de fuga pelo que, para todos os efeitos, os tripulantes encontram-se ‘trancados’ no interior do submersível.

Assim, caso o submersível fique preso ou comece a meter água, só há uma hipótese: “É chegar à superfície ou morrer”.

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