Ensaio. Toyota Corolla Cross 2.0 Hybrid: Sozinhos à chuva

Por Jorge Farromba

Foi em terras alentejanas que a Toyota nos quis dar a conhecer o Corolla Cross. Quis a sorte que nesses dias tivesse chovido e um dos percursos que seria somente em estradão fosse em lama e isso cativou-me. Mas já lá vamos!

É apanágio da Toyota criar experiências de apresentação dos seus modelos muito envolventes e sobretudo focadas na sustentabilidade e respeito pelo meio ambiente. Sendo justo, é rara a marca que hoje não o faz.

Deste modo, a marca deu-nos o press release que, como habitualmente, não leio antecipadamente. Não por desrespeito à marca, mas porque quero experienciar primeiro e, na hora de escrever o artigo, sim, juntar os meus apontamentos, a minha experiência e o press release. Acredito desse modo poder ser mais objetivo e factual no artigo.

Assim, a marca entregou-nos os Toyota Corolla num dia chuvoso, definindo connosco um percurso que continha autoestrada, cidade e estrada e, com isso, perceber o que este icónico nome – Corolla –, agora na pele de um SUV, podia trazer de diferente.

Para começar, a estética.

Este é um SUV do segmento C, muito importante para a Toyota dado que carrega “somente” o nome do modelo mais vendido de automóveis do mundo. E, por isso, a marca não quer que este seja somente a derivação do Corolla num estilo sobre-elevado, mas quis que o mesmo tivesse uma curva de valor – fatores diferenciadores – de assinalar. Assim, mantendo o classicismo do Corolla sobressai a grelha mais pronunciada e destacada com faróis que rasgam a frente do modelo, transparecendo, com isso, dinamismo e agilidade. Na traseira, a marca manteve um classicismo das linhas suportada mesmo numa assinatura luminosa horizontal.

E, se em Portugal quem mais vende é o segmento B, este, inserido no segmento C é o que mais vende na Europa. Daí as preocupações da marca em oferecer um produto de qualidade. Tal como habitual em vários SUV, o contraste na estética do modelo advém, além da superior altura ao solo, nos plásticos negros que cobrem as cavas das rodas e os para-choques.

O interior é espaçoso tanto na dianteira como na traseira, possui vários plásticos moles dispersos pelo habitáculo e a visibilidade dianteira, traseira e lateral é de bom nível. A capacidade da bagageira com abertura elétrica é superior à do seu irmão “não SUV”. Conta também com o Toyota Safety Sense – Sistema de Travagem de Emergência à Condução (EDSS), supressão de aceleração a baixas velocidades, saída involuntária de faixa de rodagem, travagem de emergência e atualizações de software OTA.

Uma novidade é também a utilização do airbag central dianteiro. Sobressaiu também neste modelo uma facilidade de condução e eficácia a curvar, a que se adicionou o conforto do mesmo. Em termos de insonorização a mesma está bem cuidada, e mesmo com a caixa CVT que o equipava. Os cerca de 197 CV do modelo foram e são mais que suficientes para o dia a dia. A marca optou neste modelo pelo 2.0 ao invés do 1.8 pelas reduzidas emissões que proporciona e que, segundo a mesma, são inferiores às da concorrência.

A marca voltou a referir o seu posicionamento QDR (‘quality, durability e reliability’)– como itens fundamentais deste modelo.

Também segundo a marca foi parametrizada para a Europa uma experiência de condução mais direta e mais envolvente a par de parametrizações no motor por circularmos a rotações mais baixas.

A bateria está colocada por baixo do banco traseiro, ocupando menos 14%, a par de uma otimização no arrefecimento e uma melhoria do sistema nas perdas elétricas.

Mas, na hora de adquirir o seu automóvel o utilizador procura acima de tudo uma experiência de condução e essa podemos dizer que é muito positiva.

O Corolla Cross é ágil em qualquer situação, o conforto está sempre presente, possui bastante espaço a bordo e sobretudo o seu comportamento é pratico e eficiente. As médias de consumo que obtivemos situaram-se perto dos 6,8 litros mas também convém dizer que este sistema híbrido funciona ainda melhor em modo misto e não em autoestrada e estrada.

Já no segundo dia da apresentação, a mesma foi reservada para uma experiência num estradão que, por força da chuva estava lamacento. De novo, deu para compreender e testar a qualidade do modelo onde o comportamento foi sempre bastante previsível, eficaz mas sobretudo confortável.

O Cross está disponível desde 38.190€ para a versão Comfort, 39.990 para a Exclusive – onde a marca pelas pré-vendas julga ser a mais vendável e, por fim a Luxury por 43.390€.

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