Economia global pode, afinal, evitar uma recessão, dizem analistas do J.P. Morgan
A economia global pode, afinal, evitar entrar em recessão, tendo em conta que os dados da inflação estão a apresentar alguns abrandamentos e a confiança dos consumidores está a estabilizar, referiram recentemente analistas do J.P. Morgan.
Em declarações à ‘Reuters’, explicaram que “a probabilidade de abrandamento aumentou com a inflação e os dados do emprego a ficarem mais moderados, enquanto ao mesmo tempo, o posicionamento continua em mínimos extremos”. O comentário refere ainda que o setor da energia, em termos de ações, oferece uma oportunidade de investimento favorável.
Apesar de relatórios terem divulgado na semana passada que a Europa está quase de certeza a entrar em recessão, sendo que a inflação está mais de quatro vezes acima do objetivo de 2% do Banco Central Europeu (BCE), o J.P. Morgan explicou à agência de notícias que prevê que os governos europeus atuem para proteger os consumidores e as empresas contra a inflação na energia.
Na semana passada, a Presidente do BCE, Christine Lagarde disse que a Zona Euro corria o risco de uma recessão em 2023 no caso de um corte total nas entregas de gás russo. Em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Governadores do BCE, Lagarde explicou que o “cenário pessimista” de previsões elaboradas pela instituição monetária, “incluindo um corte total das entregas de gás russas”, antecipa “uma recessão para 2023”.
Em Portugal, o Conselho de Ministros aprovou na semana passada um programa de 2.400 milhões de euros, que se soma ao valor já em execução de 1.600 milhões de euros, para apoiar o rendimento disponível das famílias perante o aumento do custo de vida. No conjunto, as medidas adotadas para compensar a inflação ascendem a 4000 milhões de euros. Esta quinta-feira, serão anunciadas medidas para apoiar as empresas.
Relativamente aos Estados Unidos, que viram a Reserva Federal aumentar as taxas de juro em 75 pontos base em julho, decisão que os analistas dizem poder ter sido “exagerada”, a ‘Reuters’ dá conta de que os dados de julho mostraram que não houve um aumento dos preços no consumidor.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, admitiu esta semana que as medidas tomadas pela Reserva Federal para controlar a inflação causam “um risco” de recessão, mas assegurou que os dados sobre o emprego vão continuar fortes. “É um risco quando a Fed [Reserva Federal, equivalente aos bancos centrais europeus] aperta a sua política monetária face à inflação”, disse a governante, acrescentando, no entanto, que os Estados Unidos têm “um mercado de trabalho forte, e é possível mantê-lo assim”.