E, surpreendentemente, o waze continua a ser melhor que o google maps

Em quase todas as longas viagens de família nos últimos seis ou sete anos, usei duas aplicações de mapas pelo caminho, saltitando entre uma e outra: o Google Maps e o Waze.

Este ano, no Dia de Acção de Graças, fiquei entusiasmado por poder usar apenas a aplicação nova e actualizada do Google Maps, ao viajar com a minha família para New England.

Na minha opinião, o Google Maps sempre foi apresentando mais funções e actualizava mais depressa com uma interface mais simples; já por seu lado, o Waze era muito melhor a alertar-me para coisas que deveria evitar na estrada, entre radares de velocidade e carros parados na berma.

Em Outubro, o Google Maps implementou finalmente notificações indicadas pelos consumidores. São coisas como perigos, engarrafamentos e, talvez o mais importante, os tais radares da polícia que o Waze, adquirido pela Google por pouco menos de 900 milhões de euros em 2013, já tinha há anos.

Na realidade, mesmo com toda a expectativa, acabei por fazer aquilo que sempre fiz nesta viagem: usar as duas aplicações. Não notei grande diferença. Portanto, acabei por pensar se haveria alguma coisa que pudesse ter estagnado o Google Maps. De facto, provavelmente envolve algo que o Waze já tem, e que lhe dá vantagem perante o seu “primo”.

Na verdade, estamos a falar de dezenas de milhares de coisas.

Trinta mil editores.

É verdade, a principal vantagem que o Waze tem em relação à concorrência é a força voluntária de quase 30 mil editores de mapas, alguns dos quais trabalham o equivalente a um emprego a tempo inteiro para a plataforma, em troca de regalias relativamente modestas.

Há pessoas que vão para além de simplesmente alertar os outros condutores sobre veículos parados e radares da polícia, como revela Alyssa Newcomb, da Fortune.

São eles, por exemplo, que actualizam rapidamente os mapas durante a época de furacões para mostrar a localização de abrigos e que traduzem tudo para outras línguas.

As suas regalias incluem coisas como uma viagem bianual a uma conferência em Tel Aviv para os melhores 70 editores, ou perto disso, do Waze, juntamente com a simples satisfação de contribuir para a comunidade.

Tudo isto é em grande parte um legado da época anterior à aquisição, explica Alyssa Newcomb, quando a empresa ainda tinha um «orçamento de startup» mas tinha de descobrir como financiar as constantes actualizações dos mapas.

«Logo de início, o Waze compreendeu que apoiar uma base de utilizadores leais poderia ajudar a manter os mapas actualizados, gratuitamente», escreveu. Imaginem ter uma base de utilizadores intensamente leal e empenhada – que além de utilizarem o produto e o aconselharem a outros utilizadores, usam voluntariamente o seu tempo para fazer o que é preciso para o melhorar.

GUERRA DE MAPAS

Tornou-se claro em Outubro que a polícia iria ficar transtornada se o Google Maps, que ultrapassa o Waze em termos de downloads, começasse subitamente a fornecer o mesmo tipo de informação com escala. Mas parece que talvez esses medos tenham sido infundados.

E embora pareça que estamos nas primeiras fases da guerra das aplicações de mapas do séc. XXI, com o Google Maps, o Waze, a nova versão do Apple Maps e diversas outras startups de mapas a digladiarem-se, uma coisa é certa.

Da próxima vez que usarem o Waze e que receberem um aviso de perigo na estrada ou de um polícia com um radar ao virar da curva, não se esqueçam de que bem podem agradecer a um exército de voluntários altamente empenhados.

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