Doentes internados são transferidos para longe sem que as famílias sejam avisadas

Há alguns hospitais a transferir doentes internados para outras unidades, mais longe, sem avisar os respetivos familiares. Quem o diz é a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que tem recebido denúncias nesse sentido, avança o ‘Jornal de Notícias’ (JN).

Segundo a mesma publicação, as queixas chegaram à ERS sobretudo durante o segundo semestre do ano passado, e surgiram da parte dos próprios utentes, bem como de familiares, que dizem não ter sido informados sobre a transferência hospitalar.

Em causa estão sete deliberações efetuadas pela ERSE ontem publicadas, em conjunto com dezenas de casos semelhantes que acontecerem entre julho e dezembro de 2020, explica o jornal, dando o exemplo de um doente da Unidade Local de Saúde da Guarda alega que foi transferido para o Centro Hospitalar da Cova da Beira, a mais de 40 quilómetros, sem qualquer aviso.

Há também uma outra situação de um utente internado no Hospital do Espírito Santo, em Évora, que foi transferido para o Hospital de Vila Franca de Xira, a cerca de 140 quilómetros. Aqui a denúncia foi feita pelo filho, uma vez que a família não foi avisada previamente do sucedido.

A queixa apresentada contra a atuação do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Baixo Mondego denuncia «a falta de acompanhamento e monitorização de um doente oncológico, durante a transferência hospitalar, bem como a inexistência de informação suficiente por parte do ACES que permitisse adequar o transporte às necessidades do utente», escreve o ‘JN’.

Desta forma, é preciso, adianta o organismo, «adotar uma intervenção regulatória acrescida», com o objetivo de garantir que é salvaguardado «o direito ao acompanhamento” por parte das unidades de saúde e também «a humanização dos cuidados prestados», refere citado pelo jornal.

As unidades de saúde devem, assim, «adotar procedimentos e/ou normas internas aptas a garantir o direito de acompanhamento do utente dos serviços de saúde e assegurar informação ao acompanhante em tempo razoável sobre a situação do doente nas diferentes fases do atendimento, incluindo nas situações de alta e/ou transferência para outras unidades ou serviços hospitalares».

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