Da pescada ao azeite virgem extra: Estes são os 10 produtos que mais aumentaram de preço na última semana

Uma análise da Deco Proteste, divulgada esta sexta-feira, aos valores praticados, revela que o preço do cabaz de bens alimentares essenciais custa esta semana 209,81 euros, uma subida de 1,48% face ao que custava há oito dias. Ou seja, está 3,04 euros mais caro.

“A contribuir para este aumento está, em grande parte, o custo do peixe e da carne, as categorias alimentares cujo preço mais aumentou nos últimos seis meses”, informa a associação de defesa do consumidor.

Já desde 23 de fevereiro, dia em que a Deco iniciou a análise, um dia antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, comprar o mesmo cabaz de produtos alimentares sai 26,18 euros (mais 14,26%) mais caro.

A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

Esta semana, os dez produtos com maiores subidas de preço foram a pescada (mais 39,42%), café torrado moído (mais 14,57%), o atum posta em óleo vegetal (mais 12,88%), o curgete (mais 11,43%), os cereais (mais 10,85%), os brócolos (mais 8,86%), a massa esparguete (mais 8,54%), o arroz carolino (mais 8,33%) a couve coração (mais 7,2%) e o azeite virgem extra (mais 7,15%).

Analisando exclusivamente as categorias de produto com maiores subidas de preços, entre 23 de fevereiro, véspera da explosão do conflito armado na Ucrânia, e 26 de agosto, logo depois do peixe (mais 19,10%) e da carne (mais 17,14%), aparecem a mercearia (mais 12,43%), as frutas e legumes (mais 10,16%), os laticínios (mais 8,90%) e os congelados (mais 3,44 por cento).

Porque aumentam os preços?
A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que “representam atualmente apenas 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).

“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, acrescenta a Deco.

O organismo esclarece que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.

“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.

Para além disso, aponta “os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como os combustíveis e a alimentação, estão a contribuir para um aumento da taxa de inflação”.

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