Diretor-executivo do SNS diz que foram encontradas “soluções consistentes” para ultrapassar crise nas Urgências

O diretor-executivo do SNS reuniu-se este sábado com os presidentes de administração, diretores clínicos e diretores de urgência dos hospitais, devido à recusa dos médicos em fazer mais horas extraordinárias.

A reunião teve o objetivo de “minimizar os constrangimentos no acesso e assegurar uma resposta em rede, às situações urgentes e emergentes, em todo o território nacional”, adiantou, em comunicado, a direção executiva do SNS.

“As dificuldades em áreas geográficas especificas foram debatidas e foram elencadas respostas, nas especialidades com mais dificuldades, assegurando soluções consistentes para garantir equidade no acesso, em todo o país”, pode ler-se no mesmo documento.

Segundo a direção, está assegurada a articulação de diferentes unidades hospitalares: a “interação com o CODU/INEM e o SNS 24, a coordenação integrada das decisões pela DE-SNS e a transmissão da informação de forma adequada também foram aspetos “consensualizados ao longo do dia”.

“Neste contexto, compete à DE-SNS a missão de coordenar a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, a melhoria contínua do acesso a cuidados de saúde, a participação dos utentes e o alinhamento da governação clínica e de saúde. Tal desiderato apenas é possível quando assegurada a estreita articulação entre as lideranças e as equipas clínicas das diferentes instituições do SNS, garantindo o acesso universal a cuidados de saúde, com humanização e qualidade”, escreve a Direcção Executiva.

Segundo a direção, “mais de 150 profissionais de várias especialidades e dirigentes de cerca de quatro dezenas de hospitais do SNS participaram nestas discussões”, que “decorreram com tranquilidade e num espírito construtivo, no sentido de encontrar soluções, na defesa da segurança e da qualidade dos cuidados prestados aos doentes”, explicou  Fernando Araújo.

Na próxima semana, será a vez de o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reunir-se com os sindicatos do setor, conforme anunciou este sábado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Tive a oportunidade, já depois de vos ter falado sobre a matéria [na sexta-feira], de ouvir o senhor ministro da Saúde [Manuel Pizarro] e com ele trocar impressões e sei que o senhor ministro vai reunir-se na próxima semana com os sindicatos ou, se quiserem, com as federações sindicais”, respondeu aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa, em Lisboa, durante uma conferência de imprensa conjunta no âmbito da visita de Estado a Portugal do Presidente da Roménia, Klaus Iohannis.

Nas últimas semanas, alguns hospitais do país estão a enfrentar dificuldades em garantir escalas completas das equipas, sobretudo para os serviços de urgência, uma vez que vários médicos estão a recusar-se fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais previstas na lei.

Num levantamento feito esta semana sobre a entrega de minutas de recusa de horas extraordinárias, a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) salientou que a situação está a provocar encerramentos e constrangimentos nos serviços de urgências, mas também nas escalas de outros serviços hospitalares.

Segundo a FNAM, cerca de 2.000 médicos já se recusaram fazer mais horas extras do que as legalmente previstas.

Também esta semana, a porta-voz do movimento Médicos em Luta disse à Lusa que o Sistema Nacional de Saúde “está a ruir” e que os médicos já não conseguem travar essa “demolição”, registando-se constrangimentos em 27 hospitais do país.

O Hospital de Santa Maria – o maior do país – apelou hoje para que apenas recorram à sua urgência os doentes que necessitam de cuidados urgentes e emergentes, alegando que o serviço está sob grande pressão por estar a receber utentes de outros hospitais.

 

Ler Mais