Dinamarca recua. Ordem de abate dos visons passa a recomendação devido a falta de autoridade legal

O governo dinamarquês recuou na ordem para abater toda a população de visons (ou martas) do país depois de confirmar que, afinal, não tinha autoridade legal para o fazer. O governo havia ordenado o abate dos mamíferos mesmo em quintas não afetadas pela estirpe do coronavírus. Agora, apenas “recomendará” que os agricultores procedam ao abate de todas as martas.

Era necessário ter aprovado nova legislação para mandatar legalmente um abate e vai agora ser apresentado um projeto de lei ao parlamento, que normalmente leva 30 dias a aprovar nova legislação.

O abate em massa de visons, que são criados para exploração das suas peles, já tinha tido lugar desde que o governo dinamarquês ordenou o abate de “todos os rebanhos e manadas de martas infetadas num raio de 7,8 quilómetros” a 1 de outubro. Esta ordem não parece estar em perigo, e os agricultores têm vindo a efetuar abates em massa nas últimas semanas.

No entanto, foi questionada a validade legal da ordem de abate em explorações não afetadas pelo coronavírus, e o governo admitiu que não tinha autoridade para tal.

O abate foi ordenado devido a preocupações sobre uma mutação do vírus que surgiu nestes mamíferos. Foi encontrada em mais de 200 explorações de martas, e 12 seres humanos foram infetados com uma forma mutante do vírus que é considerada “preocupante”.

Contudo, alguns peritos questionaram as questões científicas por detrás da decisão, uma vez que as mutações no coronavírus são normais e ainda não é claro se esta foi significativa.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças afirmou que a mutação “pode ter implicações na imunidade, reinfeções e eficácia das vacinas contra a covid-19”, mas que “existe atualmente um elevado nível de incerteza sobre isto”.