De vídeos gratuitos a ativos digitais de milhões. Já conhece os NFTs?
Há um novo ativo digital que está a chamar a atenção de colecionadores. Chama-se NFT (ou non-fungible token) e consiste num ativo encriptado que representa um artigo específico, seja ele tangível ou não. Semelhante a uma criptomoeda, pode atingir valores elevados consoante o artigo que lhe está atribuído.
A ideia é transformar artigos colecionáveis em bens digitais que dificultarão a circulação de cópias falsas, por exemplo. Isto porque cada NFT contém informação única e verificável, que permite confirmar a sua autenticidade.
Recentemente, esta tecnologia começou a dar que falar graças à venda de um vídeo de apenas 10 segundos por 6,6 milhões de dólares. Assinado pelo artista Beeple, é composto exclusivamente por imagens que podem ser encontradas online gratuitamente, mas que nesta composição digital ganham novo valor.
Segundo a CNBC, não é caso único, contudo. Também recentemente, um avatar CryptoPunks foi vendido por dois milhões de dólares e uma representação encriptada do meme Nyan Cat de 2011 rendeu cerca de 590 mil euros num leilão online.
O interesse pelos NFTs poderá ser justificado pela possibilidade de os artistas serem pagos pela distribuição dos seus conteúdos online – um dos maiores problemas do sector. Com a ascensão da Internet, tornou-se cada vez mais difícil provar a autoria de uma imagem, música ou vídeo e o blockchain associado aos NFTs poderá ajudar nesse sentido.
Por outro lado, os mais críticos deste ativos digitais alertam para o potencial especulativo da tecnologia. Além disso, os NFTs não funcionam como moedas virtuais porque não podem ser trocados diretamente: uma carta de Pokémon antiga não terá o mesmo valor que um cromo de baseball, por exemplo.
A leiloeira Christie’s já abraçou a novidade e organizou um leilão para uma colagem de Beeple, o mesmo responsável pelo vídeo vendido por 6,6 milhões de euros. A peça, que existe apenas enquanto NFT, já conquistou licitações de três milhões de dólares, mas o leilão apenas termina no próximo dia 11 pelo que o valor ainda poderá aumentar.
«Estamos em território muito desconhecido», afirma Noah Davis, especialista da Christie’s. «Nos primeiros 10 minutos de licitação, tivemos mais de uma centena de licitações de 21 pessoas e já estávamos num milhão de dólares.»
A popularidade destes ativos cresceu com a pandemia e, no ano passado, as transações quadruplicaram para 250 milhões de dólares, de acordo com dados da NonFungible e da L’Atelier.