Da indústria aeroespacial à farmacêutica. Pós Brexit vai fazer-se de “lutas diárias” no comércio

O comércio será uma “luta diária” depois do Brexit estar concluído, de acordo com uma previsão das principais indústrias aeroespacial, química e farmacêutica. A partir de janeiro, vão “desaparecer” do mercado britânico custos adicionais, uma montanha de burocracia, investimentos reduzidos e produtos químicos.

De acordo com o jornal britânico Independent, alguns medicamentos podem inclusivamente não chegar à Irlanda do Norte, embora seja “muito importante que os pacientes não entrem em pânico”.

“Aconteça o que acontecer, estaremos envolvidos numa luta quotidiana para assegurar os bens que precisamos de ver fluir através das nossas fronteiras”, disse o chefe executivo do Grupo ADS, a organização de comércio aeroespacial, Paul Everitt, citado pelo Independent.

Os avisos vieram horas depois de a indústria automóvel britânica, em dificuldades, ter sofrido outro golpe fruto do Brexit, já que a União Europeia (UE) rejeitou o plano do Reino Unido para evitar tarifas de exportação, contornando as regras de origem.

Todos os sectores serão atingidos, mesmo que um acordo comercial de última hora seja concluído, porque não poupará os produtores nacionais dos duros efeitos da saída do mercado único, da união aduaneira e das agências da UE, indica a previsão.

Esta terça-feira, o ministro alemão do Estado da Europa, Michael Roth, escreveu uma carta aberta ao Governo britânico referindo que a União Europeia “não pode e não vai aceitar” que o Reino Unido viole o acordo de saída e volte atrás com o prometido há nove meses.

A UE e o Reino Unido iniciaram uma semana decisiva de negociações esta segunda-feira, assentes num novo pacto comercial e na implementação do seu acordo de saída antes do término do período de transição, no final de 2020.

Os líderes europeus, reunidos em Bruxelas na quinta e na sexta-feira, devem autorizar mais negociações antes da sua próxima cimeira, a 15 e 16 de Outubro. A UE diz que os negociadores devem fechar um acordo até ao final de Outubro ou, o mais tardar, nos primeiros dias de Novembro,  para dar tempo suficiente para a ratificação no Parlamento Europeu.

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