Crise no mercado imobiliário? Preço das casas continua a subir e a oferta está a aumentar

No passado mês de setembro, registou-se uma subida de 7,7% no preço das casas, e também se verificou um aumento da oferta nas principais capitais de distrito do país.

De acordo com os dados do Doutor Finanças, em conjunto com a Alfredo, uma plataforma de Inteligência Artificial que recolhe dados do setor imobiliário, os imóveis residenciais das principais capitais de distrito foram transacionados a um valor médio de 2.200 euros por metro quadrado, o que corresponde a uma subida de 7,7% nos últimos 12 meses.

Em comparação com o mês de agosto, o crescimento foi de 0,3%.

Para além disso, os dados mostram ainda que a oferta de imóveis no mercado cresceu 10,5% no último ano. No final do terceiro trimestre, havia 190.598 imóveis disponíveis para venda, mais 10,5% em relação aos 172.435 de setembro de 2022.

“O mercado imobiliário português continua a revelar uma dinâmica elevada. Os dados mostram que estes primeiros nove meses do ano foram marcados por um aumento dos imóveis disponíveis para venda, o que ainda assim não se refletiu numa pressão significativa sobre os preços”, afirma Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças.

Para Gonçalo Abreu, cofundador da Alfredo, “o mercado imobiliário português demonstra uma notável resiliência, sobretudo no que se refere aos preços dos imóveis residenciais. Apesar da estabilidade atual do número de imóveis disponíveis no mercado, observou-se um aumento no primeiro semestre do ano. Relativamente ao volume de imóveis transacionados, houve uma diminuição, traduzindo-se numa capitalização de mercado de 6,9 mil milhões de euros em março deste ano, em contraste com os 8,1 mil milhões de euros registados em março de 2022”.

Os dados mostram que o preço médio das moradias se fixou em 1.194 euros por metro quadrado, muito abaixo, ainda assim, do valor médio dos apartamentos, que atingiu 2.961 euros por metro quadrado no mês anterior, um crescimento de 4,9% no último ano, e de 0,4% relativamente a agosto.

Mais de metade das 18 capitais de distrito portuguesas apresentam uma subida de preços acentuada, com crescimentos acima de 10% no último ano, revelam. Fazendo uma comparação com o mês de agosto, das 20 capitais de distrito analisadas, 13 observaram aumentos de preços, cinco registaram descidas, e em dois os valores médios mantiveram-se inalterados.

Lisboa continua a ser a região mais cara do país, com um preço médio de 408 mil euros no caso dos apartamentos e 590 mil euros nas moradias. Do lado oposto está Portalegre, onde o preço médio de venda dos apartamentos se situou nos 85 mil euros, e a Guarda, onde o preço médio das moradias é de 40 mil euros.

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