Crise na Habitação: Famílias “despejadas, como se fossem sacos do lixo” obrigadas a viver em tendas

Perante a crise habitacional em Portugal, com os preços das casas em subida a pique, assim como as os valores cobrados no arrendamento e até por um simples quarto, há muitas famílias que não conseguem fazer frente ao aumento e veem-se obrigadas a procurar outras soluções para sobreviver. Contam-se vários casos, por exemplo, na Quinta dos Ingleses, em Carcavelos.

João e Daniele contam à SIC que viviam num T1 em Lisboa e que pagavam 800 euros pelo apartamento todos os meses, o senhorio decidiu não renovar o contratos e, há cerca de um mês, e sem outras opções, foram para aquele local. Hoje vivem numa tenda e tiveram de adaptar as rotinas a este nova realidade.

Admitem que pediram ajuda a instituições como a Segurança Social e Santa Casa da Misericórdia, mas que nada travou o desfecho agora verificado.

De dia para dia, são cada vez mais as pessoas que ali chegam na mesma situação. “Todos os dias chega mais gente. Queixam-se do mesmo, rendas, AirBnBs, alojamentos locais… Estão a ser despejadas, como se fossem sacos do lixo”, lamenta João.

Os casos multiplicam-se na ‘vizinhança’ de João e Daniele: Andreia Costa pagava 400 euros de renda e, auferindo o ordenado mínimo, de 760 euros por mês, não lhe chegava orçamento para chegar ao fim do mês. Agora tem esperança de um dia conseguir comprar uma caravana. No Brasil era carpinteira, hoje em Portugal trabalha como empregada de limpeza e aproveita a casa de algumas clientes para poder tomar banho.

Mais ao lado outra vizinha queixa-se que pagava mais de 230 euros por uma cama, num quarto partilhado com outras quatro pessoas.

A Câmara nega responsabilidades, já que o terreno é privado. Algumas das famílias que ali vivem recebem apoio do Centro Paroquial de Carcavelos.

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