Criptomoedas afundam com inflação e políticas monetárias duras: “Clima de risk-off continua a dominar mercados”, explica analista

As criptomoedas têm vindo a desvalorizar desde o início do ano, mas esta segunda-feira, dia 9 de maio, o mercado registou uma queda superior a 5%. A Bitcoin e a Ethereum, a primeira e segunda maiores “moedas digitais” em termos de valor de mercado, estão com perdas entre os 5% e os 6%.

A semana começou com a Bitcoin a registar uma quebra substancial do seu valor de mercado, estando, à altura de escrita deste artigo, a ser negociada nos 32.766 dólares (aproximadamente 31 mil euros), tendo hoje chegado a descer aos 32.600 dólares (cerca de 30,8 mil euros). Face aos valores de domingo, a Bitcoin regista hoje perdas de pouco mais de 5%, de acordo com a plataforma CoinMarkertCap. Comparando com os últimos sete dias, a queda sobre para quase 15%.

Mas esta tendência de desvalorização não é apanágio da Bitcoin e também se verifica noutras criptomoedas. A Ethereum começou a semana com uma quebra de 6,3% face aos valores de ontem, sendo que esse decrescimento é de 14% relativamente à média dos últimos sete dias. Atualmente, a Ethereum está a ser negociada na casa dos 2.390 dólares (cerca de 2.260 euros).

A desvalorização pode também ser observada, por exemplo, ao nível da BNB, da Solana, da Cardano e da Dogecoin.

No dia 4 de maio, a Reserva Federal norte-americana anunciou uma subida de 50 pontos-base da taxa de juro de referência, o primeiro aumento deste nível desde 2000, como medida de controlo da crescente inflação, o que intensificou o sentimento negativo do mercado.

O analista Henrique Tomé, da corretora financeira XTB, explicou à ‘Executive Digest’ que “o clima de risk-off continua a dominar os mercados” e que, por essa razão, “os ativos de risco, onde as criptomoedas se incluem, acabam por ser os mais prejudicados”.

Apesar de as principais criptomoedas este ano ainda não terem atingido mínimos de anos anteriores, “o sentimento no mercado tem vindo a deteriorar-se”, uma tendência impulsionada “pelos contínuos problemas em torno da inflação e pelas políticas monetárias conduzidas pelos Bancos Centrais, que alimentam os riscos de recessão económica se os indicadores começaram a dar sinais de fragilidade”, frisa o especialista.

Também pesam no sentimento do mercado os confinamentos na China e a dura política seguida pelo governo de Pequim para combater a pandemia de Covid-19, que alimentam a possibilidade abrandamento do crescimento da segunda maior economia do mundo. E, ainda, a guerra na Ucrânia tem influência na queda dos investimentos em criptomoedas, devido aos aumentos de preços de várias matérias-primas, causados por disrupções nas cadeias de fornecimento e na perturbação dos mercados internacionais.

Tudo conjugado, o clima atual de incertezas poderá trazer mais quebras no futuro para o mercado das criptomoedas.

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