Covid-19: Obesidade faz disparar risco de morte em 48%, aponta estudo

A obesidade aumenta o risco de morte por Covid-19 em quase 50% e pode tornar as vacinas contra a doença menos eficazes, de acordo com um estudo abrangente baseado em dados globais e citado pelo ‘The Guardian’

A pesquisa dos principais especialistas de saúde globais alerta para o facto de que os riscos para as pessoas com obesidade são maiores do que se pensava.

O estudo, pedido pelo Banco Mundial, aumenta assim a pressão sobre os governos para combater este problema de saúde, inclusive no Reino Unido, onde o primeiro-ministro Boris Johnson se colocou à frente de uma campanha para reduzir o excesso de peso do país.

Os EUA e o Reino Unido têm algumas das taxas de obesidade mais elevadas do mundo. Dados do governo dos EUA mostram que mais de 40% dos americanos têm obesidade, uma percentagem que no Reino Unido é de 27%.

De acordo com o estudo, as pessoas com obesidade, ou seja um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, correm maior risco de contrair o coronavírus em todos os sentidos. O risco de ser hospitalizado devido à Covid-19 aumenta cerca de 113%, o risco de internamento em unidades de cuidados intensivos 74% e o risco de morte 48%.

Barry Popkin, do departamento de nutrição da Escola Global de Saúde Pública UNC Gillings, lidera a pesquisa e mostrou-se chocado com as descobertas. O risco de morrer de Covid-19 para pessoas com obesidade era significativamente maior do que se pensava.

«É um choque muito grande para mim», disse Popkin, citado pelo ‘The Guardian’. «É um aumento de quase 50%. Um número muito alto e assustador. Tudo isto é na verdade, muito mais elevado do que eu esperava», acrescentou.

A pesquisa, publicada na revista Obesity Reviews, é uma meta-análise que reúne dados de diversos estudos realizados ao redor do mundo, incluindo Itália, França, Reino Unido, Estados Unidos e China. A obesidade é um problema global que nenhum país ainda enfrentou com sucesso.

Popkin defende que os fabricantes de vacinas devem examinar os dados dos seus ensaios clínicos para o efeito da obesidade. «Podem então ter que considerar isso e fazer alguns testes na vacina para que funcione melhor para pessoas obesas», explica.

Ler Mais