Covid-19: Medidas para travar impacto continuam a evitar rápido aumento do malparado
A DBRS considerou hoje que as medidas adotadas pelos Governos e reguladores para travar o impacto económico da pandemia continuam a evitar um rápido aumento do crédito malparado na Europa.
As mesmas medidas também estão a atrasar uma nova onda de problemas de qualidade de ativos nos bancos europeus, afirma a DBRS Morningstar num comunicado sobre um estudo hoje divulgado sobre o custo do risco e crédito malparado realizado com base numa amostra de 39 bancos na Europa em 2020, incluindo bancos em Portugal, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Irlanda e Reino Unido.
“Com alguns países a prolongar os períodos de confinamento nos primeiros meses de 2021, esperamos que os bancos europeus continuem a comunicar elevados níveis de custo de risco em 2021, mas isto dependerá do ritmo de maior deterioração económica e do aumento do número de incumprimentos dos clientes, particularmente se as medidas de apoio forem descontinuadas”, refere Maria Rivas, vice-presidente sénior da DBRS Morningstar Financial Institutions, citada no comunicado.
Os autores do estudo concluíram que “os bancos europeus reportaram uma duplicação das provisões para perdas com empréstimos em 2020 em comparação com o ano anterior, levando a um aumento material dos custos de risco dos bancos no ano passado”.
“O elevado custo do risco refletiu largamente a atualização dos modelos de crédito para incorporar o choque económico no primeiro semestre de 2020 e a maioria dos bancos reportou subsequentemente níveis significativamente mais baixos de provisões no terceiro e quarto trimestre”, precisa ainda a agência de ‘rating’.
Contudo, a DBRS considera que “as métricas de qualidade de ativos dos bancos têm mostrado pouco impacto até à data e uma grande proporção dos bancos reduziu o crédito malparado (NPL – Non-Performing Loans) em 2020 face ao ano anterior”.