Covid-19: Grávidas, idosos e pessoas vulneráveis são prioridade das novas vacinas contra Ómicron. Regulador europeu alerta que podem surgir novas variantes no inverno
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) revela que “a situação epidemiológica na Europa parece atualmente estar estável”, com as taxas de hospitalização e de transmissão “a declinarem substancialmente em quase todos os países”.
Marco Cavaleri, responsável da Estratégia sobre Ameaças Sanitárias e Vacinas da EMA, afirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que continua a circular na Europa a subvariante Ómicron BA.5 e que a agência continua a monitorizar a situação epidemiológica e prepara-se para possíveis novas vagas de contágio, que, reconhece, “são sempre extremamente difíceis de prever”.
Apontando que a EMA continua a monitorizar a propagação das várias variantes do coronavírus, Cavaleri indica que a subvariante BA 2.75, “que atualmente de dissemina pela Índia, precisa de monitorizada com atenção”.
O responsável salientou também que a agência aprovou esta quinta-feira, dia 1 de setembro, duas vacinas adaptadas para combater a Ómicron, que podem ser administradas a pessoas com mais de 12 anos que tenham já recebido duas doses das vacinas anteriores.
“Os dados que recolhemos permitem-nos dizer que as novas vacinas adaptadas têm um perfil de segurança semelhante ao das vacinas originais”, aponta Cavaleri, sublinhando que as duas vacinas despoletam respostas imunitárias fortes para a variante Ómicron BA.1 e para o vírus original, “em pessoas que já tenham sido vacinadas”.
O responsável afirma que a EMA está a trabalhar com o Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) nas orientações sobre como essas duas novas vacinas devem ser administradas, sendo que está planeada uma comunicação sobre esse plano na próxima semana.
Apesar de as novas vacinas serem recomendadas para a população em geral, “a prioridade deverá ser revacinar indivíduos em categorias de risco, como os idosos, pessoas com comorbilidades, aqueles que são imunodeprimidos, grávidas e profissionais da Saúde”, explica Cavaleri, e acrescenta que as novas vacinas poderão, “ao longo do tempo”, ser alargadas a toda a população.
Os Estados-membros deverão considerar administrar as vacinas adaptadas pelo menos 4 meses após a última dose, explica a EMA, apesar de estar atualmente previsto na Europa, para as atuais vacinas em uso, que se possa receber uma nova dose logo três meses após a última dose.
Apesar de as novas vacinas trazerem uma nova linha de proteção contra a Covid-19, o especialista afirma que as vacinas originais continuam a ser eficazes para evitar condições médicas mais severas, fruto da doença, incluindo a morte.
“Com um vírus que evolui rapidamente, não é possível prever que variantes estarão em circulação neste outono e inverno”, admite Cavaleri, apontando que não se pode afastar a possibilidade de emergirem novas variantes que hoje não se conhecem.
Dessa forma, “a estratégia da União Europeia é dar aos Estados-membros uma pluralidade de opções que respondam às suas necessidades quando criam as suas próprias estratégias de vacinação”, refere, e esclarece que as pessoas que ainda não tenham sido vacinadas de todo, receberão uma das vacinas originais.
Espera-se que as duas novas vacinas adaptadas “expandam a imunidade contra variantes preocupantes, especialmente a Ómicron e sublinhagens relacionadas”.
A EMA diz que a avaliação da vacina Cominarty para utilização em crianças entre os seis meses dos quatro anos “está a progredir”, bem como a revisão da autorização da Spikevax para crianças entre os cinco meses e os seis anos.
As duas vacinas adaptadas precisam ainda de receber luz verde por parte da Comissão Europeia para poderem começar a ser utilizadas na UE.