Covid-19: Confiança dos consumidores na Alemanha afunda-se em fevereiro

A confiança dos consumidores na Alemanha baixou fortemente em fevereiro devido à paralisação da vida pública e à recente decisão de prolongar as restrições pelo menos até meados de fevereiro, afirmou hoje Society for Consumer Research (GfK).

O indicador de confiança dos consumidores da GfK – feito a partir da opinião de quase 2.000 inquiridos – deverá sofrer uma queda de 8,1 pontos para 15,6 negativos em fevereiro, contra 7,5 pontos negativos em janeiro.

A tendência para fazer compras baixou e as expectativas económicas e de rendimentos sofreram perdas moderadas, segundo o estudo mensal de janeiro da GfK publicado hoje.

“O encerramento da restauração e de grande parte do comércio a retalho em meados de dezembro deu um golpe na tendência do consumo semelhante ao da paralisação da vida pública na primavera do ano passado”, disse Rolf Bürkl, especialista em consumo da GfK.

A tendência dos consumidores situa-se atualmente nos zero pontos, o que representa uma queda de 36,6 pontos em relação ao mês anterior, enquanto que na primeira paralisação em abril de 2020, a queda foi de 36 pontos, afirmou.

“Tempos difíceis esperam o consumo neste primeiro trimestre”, previu o especialista.

Segundo Bürkl, uma recuperação sustentável só será possível se o número de contágios cair mais do que até agora, de modo a que as medidas possam ser significativamente relaxadas.

“Por outras palavras, a tão esperada recuperação esperada por muitos para este ano levará algum tempo”, acrescentou.

De acordo com um inquérito da GfK, realizado entre 14 e 18 de janeiro a pessoas com idades compreendidas entre os 18 e 74 anos, 81% dos cidadãos consideram a covid-19 uma “grande a muito grande” ameaça para a Alemanha e 54% estão preocupados com o seu futuro económico pessoal.

Em contrapartida, apenas 15% pensam que a covid-19 é uma ameaça mínima e 43% não temem pela sua situação económica.

O estudo sublinha que estes resultados são os mais elevados ou negativos, desde o início das sondagens semanais em abril de 2020.

Com o prolongamento das restrições até meados de fevereiro aumenta também a possibilidade de uma onda de falências nos setores afetados, o que aumenta o medo de perda de postos de trabalho, o que por sua vez tem um impacto nas perspetivas de rendimento, cujo indicador perde 6,5 pontos para 2,9 pontos negativos.

A isto acresce o possível aumento do número de empregados em trabalho subsidiado a tempo reduzido (“Kurzarbeit”, ‘lay-off’) devido à extensão das restrições, o que também tem impacto nos rendimentos domésticos.

As perspetivas económicas, por outro lado, perderam pouco – 3,1 pontos – e o seu indicador manteve-se positivo em 1,3 pontos devido a um mercado de trabalho estável, apesar da profunda recessão.

Além disso, a indústria, uma parte essencial da economia alemã, não está a ser afetada pelos encerramentos, de modo que a procura também nesta área tem conseguido estabilizar.

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