‘Coronabonds’. Merkel abre a porta, pela primeira vez, à emissão de dívida europeia

A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu na reunião do Conselho Europeu, desta terça-feira, que irá estudar a mutualização da dívida dos países da zona euro para fazer face às despesas com o novo coronavírus, apesar de tal ser difícil de passar no parlamento alemão, avança o Expresso.

Com esta abertura, Angela Merkel não apoiou a medida mas também não a pôs de lado, como já o fizera anteriormente. É a primeira vez que a Alemanha coloca a hipótese e pode estar no horizonte uma decisão favorável.

Este cenário, segundo a Bloomberg (responsável pela designação dos ‘coronabonds’), foi levantada pelo primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, na reunião do Conselho Europee, e no período de respostas a jornalistas, Merkel afirmou, segundo esta agência, que tinha pedido ao seu ministro das Finanças para analisar a situação para que a Alemanha possa fazer parte dessa discussão. A chanceler não deixou de sublinhar que ficará a cargo da “reunião dos ministros das finanças” – o Eurogrupo.

Importa recordar que, durante os últimos anos, a Alemanha sempre se opôs liminarmente a esta opção. Aquando da crise da zona euro, de 2010 a 2014, a hipótese de emissão de dívida europeia foi discutida, a pedido de países do sul mais afetados pela subida dos juros das suas dívidas nacionais mas não houve luz verde. Mesmo representando a possibilidade de baixar muito os custos das emissões de dívida, assim como o peso de dívidas públicas.